A chegada do inverno vem acompanhada de cobertor e sopa quente, mas a queda da temperatura pode ser um problema para grande parte dos brasileiros. Por aqui, a arquitetura tradicional tem características contrastantes com o frio e que podem até intensificar sensações negativas.
Enquanto os moradores da Europa são acostumados com sistemas de calefação e isolamento térmico, nem mesmo as residências construídas nas cidades mais frias do Brasil costumam adotar estratégias de aquecimento. Pelo contrário, é mais comum que as casas sejam pensadas com métodos de resfriamento, como revestimentos frios e ventilação cruzada.
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Para Delia Sloneanu, arquiteta-sócia do escritório Studio Papaya, esse é um movimento natural da arquitetura. “A espessura das paredes, a estrutura, os materiais usados na composição das edificações vão variar de acordo com o lugar. O clima é apenas um dos fatores a influenciar isso, mas não o único.”
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Ela cita a arquitetura de países com grande atividade sísmica para ilustrar o exemplo. “Na Turquia, os materiais utilizados levam em conta o dimensionamento da estrutura e isso pode fazer a diferença entre vida e morte.”
Portanto, é compreensível que as residências no Brasil não sejam, em geral, preparadas para o frio. Porém, é possível encontrar o equilíbrio entre os dias frios e os dias quentes do ano.
Existe uma série de práticas e inovações que podem amenizar a incidência térmica em construções, e que podem variar de acordo com os custos e necessidades de cada situação. De acordo com Delia, as mais populares são:
– Janelas acústicas: também funcionam como janelas isolantes térmicas, vedando o vão entre o ambiente externo e interno;
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– Revestimentos isolantes: placas de isopor, lã de rocha ou lã de vidro;
– Materiais “quentes” para os espaços internos, como madeira para pisos, paredes ou mobiliário;
– Calefação em geral: funciona melhor em espaços vedados e pequenos. Isso evita que o calor se disperse em espaços muito grandes, ou com muitas aberturas para o exterior;
Ainda que existam materiais e práticas arquitetônicas que podem melhorar as condições de vida dos moradores em dias frios, elas demandam tempo, dinheiro e um processo construtivo. Para quem não quer lidar com essa jornada, é possível aplicar algumas soluções paliativas que vão melhorar a sensação térmica dentro da sua casa.
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“Dormir em um cômodo que tenha mais incidência de luz durante o dia ajuda. As paredes absorvem e retém o calor do sol, que depois é repassado ao ambiente”, diz Delia. “Também procure vedar o espaço para que não haja desperdício de calor para o exterior.”
Além disso, Delia cita objetos que podem ajudar a deixar o ambiente mais aquecido, como tapetes grossos, aquecedores de tomada e tecidos com texturas de veludo para itens da mobília, como sofás e poltronas.