Aluguel

Cresce procura por imóveis para compra e locação no interior e litoral de SP

Estudo indica que pandemia e trabalho remoto estimularam êxodo urbano em busca de qualidade de vida e conforto para a família

Por:  Da Redação 13/08/2021 4 minutos de leitura
Proximidade da natureza e lazer ao ar livre atraem paulistanos para outras cidades/ Crédito: Getty Images

Publicidade

O isolamento social causado pela pandemia da Covid-19 e o trabalho remoto ou híbrido seguem empreendendo uma dinâmica particular ao mercado imobiliário, em especial a algumas regiões do litoral e interior do Estado de São Paulo. Este movimento foi percebido recentemente em uma análise elaborada pela DataZAP+, que apontou, em contrapartida, uma queda acentuada na participação das buscas de apartamentos para locação e venda na cidade de São Paulo, em comparação a algumas cidades do litoral e do interior do Estado.

“A pandemia nos forçou a ficar mais tempo em casa, alterou os deslocamentos de casa para o trabalho e trouxe consigo a possibilidade de trabalhar de onde se deseja. Tudo isso se reflete no comportamento de busca por moradia. No entanto, mesmo que a cidade de São Paulo tenha perdido importância relativa na demanda por casas e apartamentos, ainda possui o maior mercado, seja para compra ou locação”, pondera Edivaldo Constantino, economista da DataZAP+.

Este é o caso de Antonio Marcos dos Santos, 45 anos, geógrafo, que se mudou para o Guarujá em maio deste ano. Entre as motivações para trocar a capital pelo litoral, ele cita a dificuldade para caminhar e se exercitar, o inverno com temperaturas baixas e os preços dos imóveis. “Estou a 100 km de São Paulo e ganhei quatro graus de temperatura média. Tenho um lazer mais fácil e simples. A orla é um atrativo, convida a caminhar. Aqui tem ciclovias, voltei a andar de bicicleta. Em São Paulo você anda disputando espaço com os carros. Não era agradável”, reflete.

Trabalhando remotamente, Antonio assinou um contrato de aluguel por três anos e não considera voltar a morar em São Paulo no curto prazo. “O custo de vida não cai. O que difere em termos de preço é o valor do imóvel. Em São Paulo, o morar com qualidade é caro. Pelo preço de um imóvel na periferia você consegue morar numa cidade como o Guarujá a cinco quarteirões da praia.”

Publicidade

Para Vanessa Ferraz da Silva, 32 anos, a qualidade de vida também falou mais alto. A psicóloga e consultora de Recursos Humanos se mudou com o namorado em junho deste ano para Sorocaba. “A pandemia, somada ao fato de não sairmos e ficarmos presos em um apartamento, foi o fator decisivo para uma mudança de cidade. Estarmos 100% em home office também nos facilitou muito esse movimento.” 

A lista de vantagens é grande, explica Vanessa: é mais barato, oferece melhor qualidade de vida e garante mais segurança para a família – além da quantidade de familiares que vivem em outras partes do interior de São Paulo. “Quero muito ser mãe e criar meus filhos mais livres, seguros. Hoje moro em um condomínio fechado, em uma casa deliciosa e tenho o mesmo gasto com o aluguel que tinha morando em um studio em São Paulo, na zona leste”, conta.

Locação 

Considerando o total de buscas por apartamentos na capital, interior e litoral de São Paulo, os dados mostraram uma queda de 4,31 pontos percentuais na importância relativa na procura pela capital paulista durante o segundo trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período do ano passado. Já nas cidades do litoral do Estado – Santos, Praia Grande, Guarujá, São Vicente, Bertioga e Caraguatatuba – e nos centros urbanos do interior paulista – Campinas, Jundiaí, São José dos Campos, Sorocaba, Ribeirão Preto e Piracicaba – houve aumento da participação das buscas de 1,49 p.p. e 2,37 p.p., respectivamente. Nesta mesma análise, a procura por casas para locação cresceu 0,66 p.p., em São Paulo; e 0,90 p.p., no litoral (veja o gráfico abaixo).

Publicidade

No entanto, a capital paulista segue liderando com folga o mercado de locação, tanto para apartamentos quanto para casas. Com 71,7%, para apartamentos, e 71,8%, para casas, a busca relativa por imóveis para locação em São Paulo está à frente do interior, com 18,6% e 22,9%, respectivamente; e litoral, com 9,7% e 5,3%, nesta ordem (confira o gráfico abaixo).

Compra e venda 

Quando o assunto é o mercado de compra e venda de imóveis, a cidade de São Paulo apresenta perdas de participação de demanda por apartamentos (3,33 p.p) e casas (3,87 p.p). Já o segmento de casas em cidades do interior e litoral registrou crescimento, respectivamente, de 0,31 p.p. e 3,02 p.p., no segundo trimestre (confira o gráfico abaixo).

Apesar das perdas, a praça paulistana continua concentrando a maior demanda do mercado imobiliário do Estado. São Paulo detém 72,4% das buscas por apartamentos para compra e 59,3%, de casas; enquanto o interior registrou 12,2% e 28%, respectivamente; e o litoral, 15,4% e 12,6%, nesta ordem.

NEWSLETTER
IMÓVEIS

Inscreva-se e receba notícias atualizadas do mercado de imóveis

Notícias relacionadas

Imagem destacada

Como declarar imóveis no imposto de renda 2024?

17 minutos de leitura
Imagem destacada

Com IA, edifícios podem nos ensinar a descarbonizar

3 minutos de leitura
Imagem destacada

Agro tem compradores desconfiados e atentos a tendências, diz arquiteta

3 minutos de leitura
Imagem destacada

Poluição sonora: confira quais são os 10 bairros mais barulhentos de São Paulo

1 minuto de leitura