Prêmio Top Imobiliário

Premiadas abrem leque de opções e investem em produtos para classe média

Plano & Plano, Cury e Econ, mais voltadas a linhas populares, planejam ter 30% da carteira com imóveis de outro padrão

Por: Heraldo Vaz, especial para o 'Estadão' 01/07/2022 4 minutos de leitura
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Perspectiva do Exclusive Miguel Yunes; é o primeiro empreendimento da Cury com 3 dormitórios e custa R$ 450 mil/ Crédito: Cury

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Três premiadas do Top Imobiliário planejam reservar um terço do portfólio para o segmento de médio padrão. Com isso, abrem o leque de opções, antes mais restrito ao programa federal de habitações populares. 

Plano & Plano lançou 19 empreendimentos, somando valor geral de vendas de R$ 1,44 bilhão. Com um VGV de R$ 1,5 bilhão, a Cury Incorporadora lançou 7,3 mil apartamentos, quase o dobro das unidades da Econ Construtora, que registrou um valor de R$ 890 milhões. Os dados são da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, referentes ao desempenho do ano passado. 

A meta é destinar de 30% a 35% dos produtos para o médio padrão, diz o presidente do Conselho de Administração da Plano & Plano, Rodrigo Luna. A sua empresa ficou em 3.º lugar tanto no ranking das construtoras como no das incorporadoras, além de se classificar na 6.ª posição entre as vendedoras. 

A Plano & Plano criou a linha de produtos Sppace. Após cinco anos mantendo sua produção voltada para imóveis econômicos, fez o primeiro lançamento de um projeto para a classe média. Trata-se do Sppace Jardim Botânico, localizado no Cursino, zona sul de São Paulo, com cinco torres, de dez pavimentos, e o edifício garagem. 

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“Tem dois dormitórios, com varanda, espaço planejado e lazer”, descreve Luna. “Com preços a partir de R$ 270 mil até R$ 340 mil.” São 483 unidades, de 41 m² e vaga de garagem, todas acima do teto de R$ 264 mil, que enquadra os produtos no programa Casa Verde e Amarela (CVA). 

No ano passado, foram 15% das unidades vendidas num patamar acima do CVA. Agora, o objetivo é pelo menos dobrar essa participação. Outros empreendimentos da linha Sppace, como um projeto para Campinas (SP), estão previstos para este semestre.

“A classe média tem grande poder e muita necessidade”, afirma Luna, lembrando a história da companhia. “Antes, a divisão era 40% de médio padrão e 60% de imóveis econômicos.” 

Neste ano, a companhia pretende lançar 20 empreendimentos. O tíquete médio foi de R$ 192 mil para os três lançamentos, no primeiro trimestre, que somaram um valor geral de R$ 268 milhões, com aumento de 160% sobre o mesmo período de 2021.  

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Para o comando da Plano & Plano, é um momento peculiar no setor, com demanda aquecida e alta pressão nos custos de construção

Em 4.º lugar nos rankings das construtoras e das incorporadoras, a Cury também ficou em 5.º entre as vendedoras. O vice-presidente comercial, Leonardo Mesquita, diz que a grande maioria dos produtos vai para o CVA. “Muito volume se encaixa dentro do programa, abaixo do teto de R$ 264 mil.” Segundo ele, a divisão é 70% contra 30% na faixa acima desse preço. 

Mesquita afirma que a Cury deu salto nas operações, apostando em bairros tradicionais de São Paulo, citando como exemplo o projeto Vila Capri, com mais 700 unidades, na Mooca. “Vendeu rápido.”  

Local

A Cury também lançou na Barra Funda e em Pirituba. “São três bairros centrais com alta demanda”, declara, destacando a estrutura de lazer dos condomínios. “Além de morar perto do trabalho, as pessoas passam a dispor de melhor qualidade de vida.” A curva de preços varia de R$ 200 mil a R$ 400 mil. 

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Com a pressão dos custos de construção e a inflação em alta, a Cury tem como estratégia criar produtos que agreguem serviços, para ter um preço melhor de venda. “A grande questão é a localização dos terrenos para valorizar os empreendimentos”, diz, explicando que, se tiver boa localização, dá para colocar suítes, mais quartos e vagas de garagem. “Para o produto subir de preço e de padrão.” 

Neste ano, foram lançados três empreendimentos em São Paulo. Um deles foi o Exclusive Miguel Yunes, primeiro três dormitórios da Cury, com unidades de R$ 450 mil. No ano passado, o Mérito Sabará, inicialmente pensado para ser um dois quartos simples, virou um mix com unidades com uma ou duas suítes e vaga de garagem. Neste projeto, os preços partem de R$ 280 mil e chegam a R$ 380 mil para a tipologia com suítes. 

A Econ também foi premiada nas três categorias – 8.º lugar entre as incorporadoras e vendedoras, além de 7.º no ranking das construtoras. Segundo o diretor de incorporação, Fabio Magalhães Verçosa, no ano passado 90% dos novos empreendimentos eram para o programa Casa Verde e Amarela. “Foram 16 lançamentos em São Paulo e um em Guarulhos”, lembra, dizendo que, no CVA, tem lazer, piscina, quadra e salão de festas. “Nosso preço varia de R$ 240 mil a R$ 250 mil.” 

Sua projeção indica 18 lançamentos para este ano, incluindo dois em Guarulhos. Haverá mais projetos fora do CVA, representando uma fatia de 40%. “Vão ser oito projetos, com dois dormitórios, na faixa de R$ 290 mil a 300 mil.” Segundo Verçosa, como o custo de obra vem aumentando muito, fica cada vez mais difícil enquadrar os apartamentos no teto de R$ 264 mil do programa federal. 

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Para o diretor, a Econ virou a chave há dois anos, passando a construir todos os apartamentos com terraço. “É um grande desejo do cliente ter varanda”, diz citando outro ponto importante nos compactos da marca o fato de terem áreas de serviço com luz e ventilação naturais. “Concorrentes embutem área de serviço no interior do imóvel, sem janela.”

Este texto foi originalmente publicado em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,top-imobiliario-2022-premiadas-leque-opcoes-produtos-classe-media,70004106629

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