Notícias

Secovi-SP projeta queda de 13% nas vendas de imóveis em 2022

A principal preocupação dos empresários é o aumento na taxa de juros do crédito imobiliário, que gira em torno de 9% a 10% ao ano

Por: Circe Bonatelli, O Estado de S.Paulo 02/03/2022 2 minutos de leitura
Trabalhador em obra de prédio
Os projetos dentro do programa habitacional responderam por 44% dos lançamentos em 2021, 49% em 2020 e 50% em 2019/ Crédito: Getty Images

Publicidade

Depois dos recordes de lançamentos e vendas no ano passado, o mercado imobiliário na capital paulista tende a encolher neste ano, de acordo com projeções do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). Os lançamentos devem alcançar 65 mil a 70 mil apartamentos em 2022. 

O ponto médio da projeção aponta para uma queda de 17,5% em relação a 2021, quando foram lançadas 81,8 mil unidades. No caso das vendas, a previsão é que fiquem entre 55 mil a 60 mil unidades em 2022, o que indica uma expectativa de baixa na ordem de 13% ante 2021, quando chegaram a 66,1 mil unidades.

“A expectativa de uma oscilação para menos é uma adequação ao ritmo da economia em curso”, disse o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. O Brasil deve ter um crescimento bem mais baixo do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, e convive com juros e desemprego elevados, como lembrou Petrucci.

Outro ponto que provoca incertezas é a proximidade das eleições presidenciais. Mas a principal preocupação dos empresários está relacionada ao aumento na taxa de juros do crédito imobiliário. Atualmente, ela gira em torno de 9% a 10% ao ano. Já no começo de 2021, estava perto de 7% ao ano. O aumento na taxa se traduz em parcelas mais altas para os mutuários e redução no seu poder de compra.

Publicidade

“O aumento na taxa de juros é algo que preocupa”, disse Petrucci. Ele ponderou, entretanto, que a taxa permanece “atrativa” o suficiente para manter a liquidez do setor. Ele explicou que a taxa atingiu recordes de baixa, o que impulsionou os recordes de negócios em 2021, e agora voltou a um patamar mais próximo das médias históricas com que o mercado costuma trabalhar.

Petrucci descartou preocupações com o estoque em níveis recordes na cidade. “Nossa sensação é que a partir de agora vai se reduzir o ritmo de lançamentos, e as empresas vão trabalhar mais a oferta final não vendida (de imóveis) nos primeiros meses do ano”.

Em relação ao ritmo das vendas no começo do ano, ele disse que os resultados preliminares são mistos. “Algumas empresas reclamaram muito das vendas em janeiro. Outras falaram bem. Nós ainda vamos fechar os números para ter uma posição mais precisa”, comentou.

Casa Verde e Amarela

O programa Casa Verde e Amarela na cidade de São Paulo permanece saudável e não tende a perder participação de mercado apesar do ciclo de alta nos custos de construção. Em 2022, eles tendem a representar em torno de 40% a 50% dos lançamentos e das vendas, um nível em linha com o visto nos anos anteriores, estimou o presidente executivo do Secovi-SP, Ely Wertheim.

Publicidade

Os projetos dentro do programa habitacional responderam por 44% dos lançamentos em 2021, 49% em 2020 e 50% em 2019. No caso das vendas, esses empreendimentos responderam por 51% em 2021, 49% em 2020 e 46% em 2019, segundo dados do Secovi-SP. Com o aumento nos custos dos materiais e da mão de obra, muitos empresários disseram que os projetos do Casa Verde e Amarela vinham perdendo viabilidade, já que o programa tem um valor máximo de venda das unidades.

Este conteúdo foi originalmente publicado em:
https://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,secovi-sp-projeta-queda-de-13-nas-vendas-de-imoveis-em-2022,70003979736

NEWSLETTER
IMÓVEIS

Inscreva-se e receba notícias atualizadas do mercado de imóveis

Notícias relacionadas

Imagem destacada

Cidades sem muros podem ser a solução contra a criminalidade?

4 minutos de leitura
Imagem destacada

Como alugar imóvel em Portugal?

3 minutos de leitura
Imagem destacada

Mitre Realty marca sua entrada no segmento de altíssimo padrão

1 minuto de leitura
Imagem destacada

Custos da construção civil sobe mais uma vez em junho, aponta IBGE

1 minuto de leitura