Percepção de “imóveis mais caros” avança no 4º tri, diz pesquisa
Para 89% dos respondentes do estudo, o objetivo da compra do imóvel é para moradia; apenas 11% é para investimento. Para especialista, aluguel é mais vantajoso que financiamento neste momento
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O mercado imobiliário vive um momento de incerteza mesmo com a alta de lançamentos residenciais no Brasil, com percepção de imóveis mais caros, segundo dados da Brain e Ademi RJ. Em 2021 foram 265.678 unidades lançadas, 25,9% mais do que em 202o, quando foram 211.062 unidades.
O estudo, elaborado pelo Raio-X FipeZAP+, contou com a participação de 2.360 respondentes entre os dias 19 janeiro e 10 de fevereiro de 2022.
O levantamento apurou que a parcela de respondentes que classificaram os valores de imóveis mais caros como “altos ou muito altos” avançou ao longo dos últimos anos, passando de 60%, no 4º trimestre de 2018, para 72% no 4º trimestre de 2021.
O maior patamar apurado no último trimestre de cada ano no horizonte temporal coberto pela pesquisa.
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Em paralelo, o percentual de respondentes que enxergam os preços atuais dos imóveis como “razoáveis” recuou de 25% para 19% no mesmo intervalo. Já a avaliação dos respondentes referente a valores “baixos ou muito baixos” declinou no mesmo período, de 5% para 4% dos respondentes no último trimestre de 2021, respectivamente.
Com a taxa Selic em 11,75%, especialistas já descartam investir em FIIs e avaliam se manter no aluguel ao invés de entrar em um financiamento. Segundo Vitor Miziara, economista e gestor da Criteria Investimento, quando a taxa estava na casa dos 2% e com juros de financiamento no máximo aos 6%, era possível fazer bons negócios para a compra da casa própria.
Porém, com a taxa de juros no patamar atual, o aluguel vale mais a pena do que a compra financiada. “A diferença é que em situação de crise ou diminuição de renda, é possível mudar para um aluguel de menor valor de acordo com a necessidade. Já o imóvel financiado pode ser perdido em caso de inadimplência”, destaca Miziara.
Intenção de compra
A pesquisa mostrou que 43% dos respondentes declararam ter a intenção de adquirir imóveis nos próximos três meses, porcentagem que permaneceu praticamente estável entre o 3º trimestre e o 4º trimestre de 2021, mas que foi inferior ao registrado em 2020, que era 47%.
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Entre aqueles que declararam intenção de adquirir imóveis no futuro próximo, 49% declarou indiferença entre imóveis novos ou usados. A preferência estrita para imóveis usados é de 42%.
Já em termos de objetivo de uso, a maior parte dos compradores potenciais que destacavam a intenção de utilizar o imóvel para “moradia” somavam 89%, superando o objetivo “investimento”, de apenas 11%.
Expectativa de preço e a percepção dos imóveis mais caros
Em relação à expectativa de preços para os próximos 12 meses, a última pesquisa revela um crescimento expressivo do percentual. 29% dos respondentes projetam alta nominal no valor dos imóveis no 4º trimestre de 2020, para 38% da amostra no 4º trimestre de 2021.
No mesmo horizonte temporal, a participação de respondentes que partilham de uma expectativa de manutenção dos preços atuais recuou de 32% para 30%, comportamento negativo espelhado pelo grupo de respondentes que apostam na queda para os preços dos imóveis de 16% para 13% da amostra.
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Participação de compradores
Referente a respondentes que declararam ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses, houve um declínio marginal entre o 3º trimestre e o 4º trimestre de 2021, representando 13% da amostra, patamar superior ao registrado em 2020 (10%).
Em relação ao tipo do imóvel adquirido, a preferência por imóveis usados prevaleceu em 66% dos casos em relação a imóveis novos. Entre os objetivos, a proporção que citou a finalidade “moradia” recuou de 65% para 58% da amostra.
Em contraste com aqueles que também citaram o objetivo “moradia”, a opção “morar com alguém” foi mencionada por 67% dos compradores. Sobre o objetivo “investimento”, observou-se avanço de 35% para 42%. Entre aqueles classificados como investidores, prevaleceu a intenção de alugar o imóvel no mercado em 66% dos casos.
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