O Brasil tem 6,2 milhões de domicílios em déficit habitacional, de acordo com um estudo da Fundação João Pinheiro (FJP), em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades. O número representa 8,3% do total de habitações ocupadas no país e simboliza um aumento de 4,2% em comparação a 2019.
As residências rotuladas no déficit habitacional são aquelas com um certo nível de precariedade, lares em que há coabitação ou casas em que os moradores recebem até 3 salários e despendem mais de 30% da renda com aluguel. Este último item é, aliás, o principal responsável pelo déficit no Brasil.
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Segundo o levantamento, 52,2% dos imóveis (3,2 milhões) classificados em déficit habitacional são por conta do ônus excessivo com o aluguel. Enquanto isso, a habitação precária é responsável por 27,1% (1,6 mi) e a coabitação possui os outros 20,8% (1,2 mi).
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Em entrevista à Agência Brasil, a diretora executiva da ONG Habitat para a Humanidade Brasil, Socorro Leite, afirma que a pandemia e a falta de políticas públicas contribuíram para o cenário alarmante.
“A gente teve um período recente sem política pública de moradia, houve a crise sanitária e econômica, muitas famílias ficaram sem renda. Precisamos de política pública continuada com aumento de renda, além de ter investimento em infraestrutura das casas”, defende.
De acordo com o levantamento, inclusive, 74,5% das moradias em déficit habitacional são lideradas por famílias com uma renda de até R$ 2.640,00, ou seja, enquadradas dentro da Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida.
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O Sudeste é a região do Brasil com o maior número de domicílios com déficit habitacional. São 2.433.642 moradias classificadas desta forma. Em seguida, aparecem o Nordeste, com 1.761.032; a região Norte, com 773.329; e, por último, a região Sul, com 737.626 residências.
O estudo também mostra que 62,6% (3.892.995) estão sob a responsabilidade de mulheres. E, com exceção da região Sul, as pessoas negras são a maioria à frente de imóveis deste tipo no Brasil.