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Microapartamento de 10m² por R$ 200 mil viraliza; veja regiões com mais imóveis pequenos em SP

Publicação no Tiktok gerou discussão sobre custo de vida; apartamentos pequenos são tendência na zona oeste e no centro de São Paulo

Por: Redação, O Estado de S.Paulo 07/07/2022 3 minutos de leitura
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Pinheiros é um dos distritos com mais studios em obras em São Paulo/ Crédito: Werther Santana/ Estadão

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A venda de um apartamento de 10 metros quadrados (microapartamento) por R$ 200 mil na região central de São Paulo viralizou nas redes sociais nos últimos dias, ressuscitando uma discussão sobre o custo de vida e o boom dos microapartamentos na capital paulista.

Na internet, é possível encontrar anúncios de venda de unidades desse tamanho no mesmo edifício com valores superiores, de até R$ 250 mil, e de aluguel por volta de R$ 1,8 mil (mobiliado e com condomínio incluso). 

O microapartamento fica no edifício VN Nova Higienópolis, localizado na Rua das Palmeiras, nas imediações da Estação Marechal Deodoro do Metrô, no distrito de Santa Cecília. No lançamento, em 2017, também já havia despertado o mesmo tipo de discussão, sendo anunciado pela incorporadora como o então menor da América Latina.

Na época, o Estadão falou com Alexandre Frankel, então CEO da incorporadora, a Vitacon, que chegou a dizer que faria unidades até menores se necessário. “Se, para isso, tiver de fazer apartamento debaixo da água, nós vamos fazer.”

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Na internet, também costuma ser anunciado em sites de curta locação, por valores na casa dos R$ 200 a diária. Entre as avaliações de hóspedes, há opiniões sobre as dimensões do imóvel. “Bem complicado o espaço ser para duas pessoas, não dar nem para se mexer no apartamento, ainda mais com um sofá-cama que na verdade virava um colchão no chão”, dizia um. 

Banheiro

A postagem que viralizou é do corretor de Gutemberg Albuquerque, feita no TikTok. O banheiro separado do restante do apartamento por paredes de vidro virou alvo dos comentários. “Tem que tomar cuidado ao entrar para não sair pela janela!”, dizia um dos usuários da rede social. “Apartamento??? Um iglu é mais amplo e tem mais privacidade pra ir no banheiro”, dizia outro. “Acabamos de entrar e chegamos ao final”, brincava um terceiro.

Com coworking, academia e outros espaços comunitários, o empreendimento encabeçou um boom de microapartamentos em São Paulo. Como noticiou o Estadão, ao menos 250 mil apartamentos pequenos foram lançados na cidade entre 2014 e 2020, impulsionados por um decreto municipal aliado a uma mudança na legislação e também por tendências de mercado.

Eles são mais comuns especialmente na parte centro-oeste da capital. Os números são de um levantamento da Universidade de São Paulo (USP), que considera unidades de até 40 metros quadrados.

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Segundo o estudo, a maioria dos novos studios e microapartamentos se concentra em bairros nobres das zonas sul e oeste, como Jardins, Pinheiros e Vila Mariana. Há ainda número expressivo em Santana (norte) e em parte da zona leste, especialmente no Tatuapé. Cerca de metade fica no entorno de estações de metrô e trem e corredores de ônibus, áreas com incentivos legais para crescimento populacional.

Tendência do microapartamento

A metragem reduzida é tendência em metrópoles estrangeiras, nas áreas mais valorizadas. Em 2021, o vídeo de um morador de Nova York viralizou pelo tamanho da casa, em que a pia do banheiro era ao lado do balcão de cozinha.

Neste ano, artigo no The New York Times trouxe a questão “Preciso mesmo de um banheiro?”, sobre a experiência do apartamento de tamanho satisfatório, mas com o banheiro compartilhado. São Paulo, na prática, está longe desse quadro, por ter adensamento ainda considerado baixo.

Entre as incorporadoras, além dos estímulos do Plano Diretor, aposta-se em compactos para redistribuir vagas de garagem, que podem ser construídas sem cobrança de taxa adicional apenas se limitadas ao mesmo número de apartamentos. Por exemplo: vende-se o studio sem espaço para carro, e outra unidade, com mais dormitórios, fica com duas vagas.

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Em termos de comportamento, as empresas falam em crescente público que mora só e de casais sem filhos, abertos a resolver demandas cotidianas em áreas comuns (como lavanderia e terraço) e viver a vizinhança mais ativamente, para os quais o tamanho não seria problema.

Além disso, o formato é adaptável para a moradia de curta temporada (AirBnb, por exemplo), com metragem similar à de quartos de hotel. Studios e compactos de um quarto têm atraído especialmente investidores, ainda mais com a redução recorde dos juros de 2018 a 2020.

Este conteúdo foi originalmente publicado em:
https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,de-10m-por-r-200-mil-viraliza-veja-regioes-com-mais-imoveis-pequenos-em-sp,70004111262

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