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JFL Living aposta em multifamily corporativo e projeta alta no faturamento

Com apartamentos para locação de até R$ 100 mil mensais, a empresa aposta em localização e hospitalidade como diferenciais

Por:Breno Damascena 24/04/2025 3 minutos de leitura
Lucas Cardozo, COO da JFL Living, projeta alta de 60% no faturamento da empresa em 2025/ Crédito: Divulgação JFL Living

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A JFL Living, unidade de negócios multifamily da gestora JFL Realty, projeta alta de 60% no faturamento em 2025 com uma aposta adaptada ao mundo da economia compartilhada: o multifamily corporativo. Com prédios bem localizados na cidade de São Paulo e aluguéis que variam de R$ 9,7 mil a R$ 100 mil por mês, a empresa investe em luxo e na hospitalidade para atrair locatários. 

Fundada em 2015, a JFL Living tenta desbravar um segmento ainda emergente no Brasil. O multifamily conceitua um modelo de moradia onde um único fundo de investimento ou empresa é responsável pela administração de um prédio ou complexo residencial e disponibiliza todos os apartamentos para locação.

O desafio é complexo. O relatório gerencial de fevereiro de 2025 da empresa indica que a rentabilidade bruta das cotas do fundo JFL Living FII foi de 0,36% nos últimos 12 meses, com distribuição de rendimentos de 9,10%. No entanto, o FII sofreu uma queda de 8,74% no ganho de capital neste período, mediante uma ocupação atual de cerca de 78% e o retorno de -1,36% em fevereiro.

Apartamento de 36 m² nos Jardins está disponível para locação por R$ 9,7 mil mensais/ Crédito: Divulgação JFL Living

O fundo atualmente é composto pelo VHouse, prédio localizado na Faria Lima, e pelo VO699, na Vila Olímpia. Porém, estes não são os únicos ativos da empresa. A JFL Living possui 603 apartamentos divididos em cinco empreendimentos. A marca aponta que alguns deles estão registrando ocupação acima dos 90%.

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Com unidades que variam de 36 m² a 431 m², todas são mobiliados e oferecem diferenciais como arrumação diária do quarto e café da manhã.

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“É uma oportunidade para as pessoas que desejam o conforto e a personalização de um hotel, mas não querem aquela impessoalidade”, comenta Lucas Cardozo, COO da companhia. Entre as vantagens oferecidas aos locatários estão a presença de um concierge bilíngue, academia, sauna, SPA e quadra de tênis.

Multifamily corporativo

Apoiada nestes diferenciais, a companhia busca atrair multinacionais e grandes empresas que estão em São Paulo, mas possuem funcionários em outros cantos do mundo.

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“O multifamily corporativo é o principal vetor de crescimento de 2025 para a JFL Living. Temos notado uma demanda crescente de empresas que desejam alocar seus colaboradores aqui e sabemos que as soluções de hotelaria e locação de curto prazo são excelentes para períodos mais curtos. Porém, para demandas mais longas, nossa solução é superior”, compreende Cardozo.

O movimento representa uma transformação no público da JFL Living, que atualmente é composto de estudantes oriundos de diversas regiões, pacientes em busca de tratamento médico na capital, recém-divorciados e famílias realizando reformas em imóveis. “Este novo público vindo do corporativo vem crescendo e já se tornou 40% dos nossos hóspedes”, aponta o executivo. A estratégia, segundo a JFL, ajudou a companhia a registrar um aumento de 150% em 2024.

Apartamento de 431 m² na Faria Lima está disponível para locação por R$ 100 mil mensais/ Crédito: Divulgação JFL Living

Não à toa, os cinco prédios da companhia estão distribuídos nos Jardins, na Vila Olímpia, na Faria Lima e na Chácara Santo Antônio, áreas conhecidas pela alta densidade empresarial e por abrigar grandes multinacionais. “Diversos negócios que atuam nestas regiões já utilizaram nossos serviços, inclusive empresas da China que trazem seus colaboradores para cá”, exemplifica. 

Para Bruno Loreto, sócio-fundador da Terracotta Ventures, a tese da companhia é assertiva e está conectada ao movimento, cada vez mais representativo, de enxergar a moradia como um serviço. O morador quer ter experiências alocadas ao imóvel, aponta Loreto, mas sem todo aquele trabalho extra. “Ele só quer virar a chave e usar o apartamento”. 

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A estratégia da JFL Living de apostar no segmento corporativo, segundo análise de Loreto, já foi testada. “Desde o mercado de flats, passando pelos estúdios comercializados na Vila Olímpia e pela proptech Blueground, por exemplo, observa-se esta vocação se repetir em empresas que desejam atender um público de alta renda, focada em locação”, indica.

“O grande desafio é a taxa de juros. Em um mercado com alto rendimento na renda fixa, o multifamily demanda investidores sofisticados”, atenta o executivo. “Porém, ao mesmo tempo que existem barreiras, também é um cenário de oportunidades. Não à toa, vemos gigantes do mercado imobiliário caminhando nesta direção”. 

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