O isolamento forçado pelo novo coronavírus provou que é possível trabalhar a distância, mas ainda é cedo para classificar o regime remoto como ideal. Opção declarada de muitas empresas para o “novo normal” pós-pandemia, o home office traz desafios do ponto de vista operacional, humano e, sobretudo, da cultura corporativa.
Para executivos e profissionais de recursos humanos, a calibragem do modelo depende de variáveis, como natureza do negócio e infraestrutura, e ainda haverá uma curva de aprendizado após o fim da pandemia.
Longe de serem triviais, as reflexões sobre o home office inquietam executivos de alto escalão. Em recente postagem no LinkedIn, o diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, compartilhou sua preocupação com as possíveis limitações do “home office em massa” e seus efeitos sobre a cultura organizacional.
“As interações virtuais se beneficiam dos relacionamentos construídos ao longo de muitos anos. Sem contato humano frequente, será que esse ‘capital relacional’ se deteriora ao longo do tempo, reduzindo a eficácia virtual? Como se desenvolverá a cultura da organização, que está por trás da magia de empresas de sucesso?”, destacou Siani na postagem.
Para Mariana Malvezzi, psicóloga e professora de Gestão de Pessoas e Cultura Organizacional na ESPM São Paulo, mesmo que a cultura favoreça a adaptação, os funcionários podem apresentar dificuldades por suas características pessoais.