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FILI 2021 reúne especialistas do mercado para debater futuro do setor

Fórum de inovação e liderança da incorporação trouxe temas como o avanço da digitalização na venda de imóveis, métodos sustentáveis, cultura, liderança e gestão de processos

Por:Rafael Moura 12/11/2021 5 minutos de leitura
Luiz França faz abertura do fórum, com painéis de debates com especialistas de setor/ Crédito: Rafael Neddermeyer

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Organizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) aconteceu na quinta-feira, 11, o Fórum de inovação e liderança da incorporação (FILI), com especialistas do mercado debatendo inovações e tendências do mercado, como métodos construtivos com paredes de ferro e materiais sustentáveis, móveis feitos com madeira de produção 100% sustentável, que aponta uma nova fase na indústria da construção e moradia em um mercado que segue crescendo. No Brasil, existem atualmente 244 startups no setor de construção, 25 construtechs de gestão e controle de obras e 15 startups dedicadas a projetos.

“Se alguém quiser comprar um imóvel nos Estados Unidos com recursos próprios, sem financiamento, pode seguir com envio e assinatura de contratos e quitação do valor pelo celular. E, após uma vistoria técnica do imóvel por um engenheiro, você já pode usufruir do apartamento”, comenta Luiz França, presidente da Abrainc. “Isso deverá acontecer no Brasil e só será possível com tecnologias e plataformas inovadoras e menos burocracia.”

Entre os projetos apresentados no primeiro painel Inovação na Jornada de Compra, João Ximenes Fiuza, representante da Diagonal, trouxe exemplos de luxo como o Edge, projetado com skydrive, o primeiro de Fortaleza- CE com sistema de reconhecimento facial e elevador que permite ao proprietário estacionar o carro na sala do apartamento. “Estamos aqui para quebrar paradigmas, já que toda inovação requer esforços. Viemos mostrar que esse projeto é possível”, diz Ximenes. Outro destaque da empresa é o residencial Diagonal, em Fortaleza, com conceito moderno, sustentável e com heliponto. “Não é apenas para quem possui helicópteros. Pensamos na chegada dos drones, no futuro.”

Digitalização e sustentabilidade

Fábio Araújo, sócio-diretor da Brain, apresentou estudo feito em parceria com a Abrainc, mostrando que o preço médio das propriedades compradas por brasileiros é de R$ 240 mil e que apenas 31% dos entrevistados conseguem adquirir sua moradia com preços superiores a R$ 250 mil. Além disso, quem consegue comprar são, na maioria, consumidores com renda salarial acima de R$ 16,5 mil.

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A pesquisa aponta ainda que 52% das pessoas compram imóveis diretamente por imobiliárias e apenas 14% adquirem com proprietários. Nas capitais, 51% dos compradores optam por apartamentos, mas esse número cai para 34% quando quem efetua a compra está em cidades no interior. “Os dados da Abecip sobre financiamentos SBPE tiveram recorde de financiamento, de R$199 bilhões de reais, sendo 811 mil imóveis financiados, considerando outubro de 2020 a setembro de 2021, com média de 246 mil de SBPE no Brasil, o que mostra a importância do programa Casa Verde e Amarela”, afirma Araújo.

Outros dados da pesquisa mostram que 71% compra para morar, enquanto 28% das pessoas compram para investir e 1% para filhos ou parentes. 6% das compras de imóveis já ocorrem 100% pela internet. No Brasil, a jornada de contratação e aprovação de financiamento e pós venda está se digitalizando rapidamente. “Agora estamos trabalhando na digitalização do processo de assinatura do contrato e envio para cartório. Mais de 30% dos clientes já assinam contratos de maneira digital. Acreditamos que logo teremos adesão de 60% de digitalização total na jornada do processo”, afirma Paulo Duailibe, superintendente do banco Santander. 

Com o avanço das discussões em torno do ESG na indústria e na construção, foram apresentadas metodologias que diminuem o impacto com soluções sustentáveis, como por exemplo o uso do material de alvenaria estrutural com peças pré fabricadas. Segundo Vilson Buss, Presidente da Rôgga, processos sustentáveis incluem a reutilização de até 350 mil litros de água, encaminhando resíduos produzidos para reciclagem e pré-fabricação de partes da obra como vigas, escadas e lajes que reduzem o uso de recursos naturais e desperdícios.

Vilson Buss, Presidente da Rôgga, ganhadora do prêmio/ Crédito: Rafael Neddermeyer

Para Guilherme  Quandt, Head de Estratégia e Mercado no Sienge da Softplan, os últimos três anos foram mais importantes do que os últimos 30, em termos de mudança tecnológica. “O impacto da digitalização na construção civil não é algo distante, já é uma questão de sobrevivência. Sem a tecnologia e a digitalização a empresa acaba perdendo produtividade e ficando parada no tempo”, afirma. Guilherme lembra que se a construção civil não liderar sua transformação digital, outras empresas irão fazer. “Nós, como cadeia, precisamos pensar em um processo grande de modernização.”

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Para essa mudança, Vilson reforça que é necessário um novo paradigma que envolva a cultura empresarial como um todo. “O que ainda barra essa mudança é uma questão cultural, mas precisa vir de cima, com uma equipe engajada. Ter gestão e  liderança para padronização de produção, pensar na logística, produção de peças pré-fabricadas, processos mais ágeis, sustentáveis, redução de custos e mais eficiência.”

Prêmio Produtividade Do Mesmo Lado

Abrainc e Entidades do Mesmo Lado (grupo de associações da construção civil e indústria imobiliária), que reúne mais de 70 entidades, apresentaram a segunda edição do Prêmio Produtividade Do Mesmo Lado. Iniciativa criada para estimular a troca de experiências e o reconhecimento das boas práticas, soluções e ferramentas que tenham impacto na melhoria da produtividade, além de dar visibilidade às empresas que promovem mudanças no setor. A Premiação de Destaque à Solução para Habitação Econômica, foi entregue para a proposta que melhor proporciona o equilíbrio entre ganho de escala, redução de custo e facilidade de implementação em obras de habitação para o segmento econômico.

Na Categoria Replicabilidade, a vencedora foi a construtora Planeta. Na categoria Soluções Inovadoras, a Rôgga Empreendimentos levou o prêmio por suas soluções. Na categoria Impacto na Obra, as ganhadoras foram Brasil Ao Cubo e Gerdau. A TecVerde levou a categoria Integração Fornecedor/Construtor. As empresas selecionadas na categoria Votação Popular foram Tegra Incorporadora e Blue. Na última categoria Destaque de Habitação Segmento Econômico, a Tecverde, levou o segundo prêmio com a iniciativa de construção em Wood Frame de um empreendimento em apenas seis dias.

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