Prestes a celebrar o aniversário de 70 anos, a administradora Lello é responsável pela gestão de mais de 3,5 mil condomínios na região metropolitana de São Paulo e administra um patrimônio de R$ 190 bilhões. Com o avanço da tecnologia no setor imobiliário, a companhia tem uma estratégia analógica para aumentar sua relevância: fomentar comunidades e a boa vizinhança.
Para isso, a Lello aposta em parcerias com startups e na criação de iniciativas voltadas ao bem-estar dos condôminos. O exemplo mais recente é o “Esse condomínio une o bairro”, programa que a empresa convida moradores de condomínios gerenciados por ela para sugerir projetos que visem melhorar a vida das pessoas naquela região.
Outra prática encabeçada pela administradora é o programa Tesouros do Bairro, que se propõe a conectar vizinhos que realizam serviços específicos, como professores de idiomas ou confeiteiros.
“A gente entendeu que os clientes de verdade são os moradores, não apenas os síndicos”, afirma Angélica Arbex, Diretora de Marketing da Lello. “Por isso, seguimos uma linha de ‘tecnologia com ternura’. Se a gente apostasse só na digitalização, poderíamos cortar 200 funcionários da equipe, mas são as pessoas que traduzem os dados e se relacionam com os clientes”, defende.
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Fundada em 1954, a companhia se consolidou com um sistema de gestão financeira e administrativa para condomínios. Desde então, as demandas do mercado impulsionaram transformações no escopo de atuação. “Temos uma frente voltada para venda, administração e locação de imóveis, possuímos um laboratório de inovação e temos um projeto voltado para a aceleração de startups em fases iniciais”, resume Angélica.
Desta forma, segundo a executiva, a Lello conquista 40 novos prédios por mês na cidade de São Paulo. Em contrapartida, neste mesmo período, cerca de 15 condomínios abandonam a companhia. “A média de crescimento é de 25 prédios mensais”, calcula. “Quanto maior o número de unidades e funcionários, mais complexo e caro é o serviço. Cobramos de 3% a 4% do que os condomínios faturam com a mensalidade”.
A plataforma oferecida pela Lello permite que o time operacional ou administrativo do edifício possam fazer a gestão fiscal, tributária e de departamento pessoal do condomínio. “Mais de 60% dos prédios que começamos a atender têm pendências. Às vezes, é algo simples. Às vezes, são 10 anos que eles ficaram sem pagar o FGTS dos funcionários”, ilustra a executiva. “Em muitos casos, não é preciso fazer algo caro para melhorar o local, basta seguir práticas recorrentes”, adiciona.
Ela entende que a definição destas práticas ajuda a Lello a se destacar no setor. “Desenvolvemos uma Inteligência Artificial que avalia outros prédios do nosso portfólio e cria um plano de ação para resolver problemas que podem afetar aquele ativo. Por exemplo, a cada cinco anos, você faz uma pintura. A cada 10 anos, precisa arrumar a parte elétrica. Desta forma, ele ganha valor de mercado na hora da venda”.
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No entanto, o maior trunfo atual da companhia, na visão de Angélica, é a capacidade de individualizar soluções de acordo com demandas particulares de cada condomínio. “Automatizamos o que pode ser automatizado, mas reconhecemos a importância do contato humano e criamos projetos para atender os moradores na prática”, afirma. “Um prédio é um ativo. Quanto ele vai valer no futuro depende de como ele for administrado agora”, acrescenta.