Investir em Imóveis

Investir em imóveis para alugar é um bom negócio?

Antes de comprar qualquer imóvel para investir, é necessário se preocupar com a qualidade da unidade/ Foto: Getty Images
Da Redação
07-04-2020 - Tempo de leitura: 3 minutos

O investimento imobiliário é um dos mais tradicionais tipos de aplicação financeira. Segundo estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 28,8% dos brasileiros são proprietários de imóveis. A pesquisa ainda aponta que os maiores estímulos acerca da aplicação são a procura por estabilidade e segurança, além da intenção de impedir quaisquer possibilidades de perdas financeiras. No entanto, se você está pensando em investir na compra de um imóvel para capitalizar com a locação, é importante considerar alguns pontos para que o lucro seja certo.

Características do imóvel

De acordo com Raffaela Fahel, especialista em finanças e educadora financeira, é necessário analisar, sobretudo, onde o imóvel está localizado, “a fim de ter liquidez para eventual locação mais rápida”. Ou seja, a localização do imóvel é um fator que influencia diretamente no tempo de retorno do investimento. Imóveis bem situados, próximos a comércios, bancos, supermercados, praias e afins tendem a ser mais procurados e, consequentemente, mais valorizados.

“Além disso, muitas vezes os proprietários preferem investir em imóveis com metragem média para baixa a fim de abraçarem maior quantidade de bens com maior propensão para a procura de eventuais interessados na locação. E ainda, bens cujo condomínio é mais barato e com vaga de garagem apresentam mais liquidez na procura pela locação”, completa a especialista. É preciso avaliar todas as características do imóvel e compará-las não só às necessidades e expectativas, mas também ao poder aquisitivo do público que busca locação em determinada região, diminuindo as chances de o imóvel ficar vago por muito tempo.

Financiamento de imóveis

O financiamento de imóveis é uma das modalidades de crédito mais procuradas por quem deseja adquirir esse bem. Entretanto, vale ressaltar que o valor da entrada e das parcelas não são os únicos custos envolvidos nessa operação. Ainda existem diversos outros gastos, como impostos e taxas de cartório. O preço disso, no total, pode chegar a 5% do valor do imóvel. Algumas financeiras e bancos incorporam essa quantia às parcelas, mas é melhor verificar essa questão antes, para não ter surpresas.

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Por esse e outros motivos Raffaela não é favorável à ideia. “Comprar imóvel financiado, eu nunca considero boa opção, visto que existem diversos encargos incidentes sobre o financiamento que não são só os juros. Tem também o IOF, o seguro de danos físicos ao imóvel e o seguro de morte e invalidez permanente.” Mas a profissional alerta que a decisão da compra pelo financiamento vai muito da característica do investidor, “visto que o cenário atual para investimentos de renda fixa não está favorável e o de renda variável está instável em razão do coronavírus”, conclui.

Rentabilidade na locação de imóveis

O aluguel de um imóvel pode ser considerado como um retorno do investimento realizado. Portanto, é indispensável calcular a rentabilidade para que o lucro obtido cubra os valores desembolsados. Esse cálculo deve ser aplicado ao alugar sua casa, apartamento, terreno, ou qualquer outro imóvel no qual se tenha investido. Para isso, é necessário reunir todos os gastos, incluindo os impostos, reformas, mobílias e afins, somá-los e dividi-los pelo dinheiro a ser recebido pela locação. “Por exemplo, caso a pessoa compre um imóvel de R$ 200 mil, é necessário que o custo líquido de locação do bem seja superior a R$ 950, ou seja o valor da locação retirando os gastos com manutenção do imóvel, que seja cerca de 0,5% bruto”, explica Raffaela Fahel.

Por isso, para saber se investir em imóveis para alugar é um bom negócio, é necessário, sobretudo, se atentar à qualidade das unidades. Dessa forma, o auxílio de um corretor de confiança é fundamental. Além disso, também é importante lembrar que caso o imóvel fique vago, os custos mensais oriundos da manutenção da unidade, como o condomínio e os impostos, deverão ser pagos pelo proprietário.