Você sabe quais são os tipos de espumas para sofás?
Materiais usados na composição de espumas variam pouco, mas a densidade é diversa e faz toda a diferença no conforto e na durabilidade do assento
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Não é exagero dizer que o sofá é a mobília mais importante da sala. Além de oferecer o conforto do assento, um bom móvel pode também fazer às vezes de cama, servindo de leito para visitas. Eventualmente, também vira pula-pula para as crianças e trampolim para os pets. E mais do que isso: cores diferentes e um design elegante ainda causam impacto e dão um charme especial ao primeiro cômodo de um lar.
“Sinto muito carinho mesmo. Um sofá bem feito é uma peça que vai estar por muito tempo nos lares das famílias que nos escolhem. Ele tem que ser confortável, para as pessoas se encontrarem em casa para conversar, ler, assistir TV e se divertir. E tem que ser bonito, como uma parte da decoração do ambiente, ajudando cada um a mostrar sua personalidade”, reflete Nivaldo Luiz Lazaron Junior, proprietário da Enele – Sofás e Móveis, fábrica sediada em Santa Catarina.
Ele conta que as espumas para sofás disponíveis no mercado têm, basicamente, a mesma composição. O que muda é a proporção dos elementos, para que a material seja mais ou menos denso. Os dois principais componentes são o Poliol e o Diisocianato de Tolueno, mais conhecido como TDI – ambos constituídos a partir do petróleo.
A qualidade da espuma começa a ser definida por sua densidade, que é o peso por metro cúbico. “No sofá, a gente usa 20 quilos por metro cúbico para a espuma que faz o contorno, no encosto, onde a pessoa só quer um toque, para não ficar diretamente na madeira. Mas ela não tem a função de suportar o peso, porque é bem fraquinha”, conta o profissional, que trabalha no ramo há 37 anos.
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Enquanto no encosto é possível usar densidade baixa, para o assento é preciso ter um pouco mais de cuidado, principalmente se estamos falando de um lar que abriga uma pessoa com necessidades especiais, como idosos ou obesos. Junior ensina que, na hora de escolher um sofá para chamar de seu, vale a pena olhar as especificações técnicas do assento. “D26 é o padrão, uma boa densidade. Pensando na durabilidade, uma pessoa acima de 100, 110 quilos já tem que pegar um sofá D28. E, passando dos 130 quilos, melhor apostar em assentos com espuma D33 para cima.”
Mas e se o assento começar a ficar duro demais com uma espuma tão densa assim? Não fica desconfortável, difícil de se aconchegar em um material tão resistente? “Você pode usar uma densidade 45, 50, 60, mas aí entra na linha SOFT ou HR. É um produto químico adicional que preserva o suporte, mas torna a espuma mais agradável ao toque, mais macia.”
Nem tudo que reluz é espuma
Ela é importantíssima, já entendemos. Mas não adianta nada ter uma boa espuma se a estrutura do sofá não acompanha a qualidade do enchimento. Elementos acessórios, como as percintas elásticas, são fundamentais para garantir a durabilidade ao longo dos anos. As percintas italianas são as de melhor qualidade do mercado e tendem a se manter em boas condições por décadas. Elas têm a função de oferecer suporte complementar, protegendo a espuma no esforço de amortecimento, aumentando a vida útil do móvel.
A madeira é outro item que precisa ser observado. A recomendação é que o consumidor exija material de reflorestamento que, normalmente, será pinus ou eucalipto. “As duas são excelentes para a durabilidade da estrutura do sofá, se bem trabalhadas. Aqui, a gente só usa madeira de floresta renovável, obviamente, mas de 25 anos de árvore, porque já está bem firme, dura, resistente. Depois de recolhida, ela passa pela secagem em estufa a vapor”, descreve Junior.
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O tipo de secagem aumenta ou diminui a qualidade do produto final. Isto ocorre porque a madeira que seca naturalmente, exposta às intempéries, sofre deformação e desidrata, o que compromete a durabilidade. No entanto, o controle de temperatura e umidade oferecido pelas estufas a vapor torna mais caro o processo de tratamento da matéria prima. Por isso, um sofá pode custar de R$ 2 mil até R$ 100 mil.
Outro elemento fundamental é o tecido, cuja variação de qualidade e preço é inumerável. Os mais comuns atualmente são os suedes importados da China, cujo valor começa em 10 reais o metro quadrado com gramatura leve, 120 ou 150 gramas por m². Veludos são intermediários e os mais caros, duradouros e bonitos, são os couros naturais e tecidos à base de linho e viscose na composição, com gramaturas altas, 500, 600, 700 gramas por m², cujo preço pode chegar a 40 mil reais só de tecido para compor um sofá.
Por último, mas não menos importante, é a mão de obra especializada. “Esses sofás mais caros são feitos artesanalmente, ajustados por alfaiataria, porque um tecido de algodão se comporta dinamicamente diferente de um tecido sintético. O ajuste acontece no momento que o artesão está fazendo a peça. Em vez de sair 100 sofás por dia numa linha de produção, vai sair um ou dois. Isso muda muito o custo”, conclui.
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