A taxa de condomínio é um dos elementos que compõem o cálculo das propriedades – casas ou apartamentos – que usufruem de um espaço coletivo. Na matemática que envolve o valor da parcela ou do aluguel, a mensalidade da escola das crianças e a internet, talvez a mais confusa seja o valor do condomínio.
Com tantos reajustes, valores descritos e cálculos pouco claros, a taxa de condomínio ainda é uma incógnita para muita gente que, todos os meses, recolhe o boleto para pagamento.
Em linhas gerais, a taxa de condomínio é o valor que os moradores de um imóvel pagam para financiar a manutenção dos ambientes comuns, custear serviços periódicos e assalariar os funcionários responsáveis por essas tarefas.
Esses gastos são divididos em duas categorias: cota condominial ordinária e cota condominial extraordinária.
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De acordo com Gisele Fernandes, gerente geral da administradora OMA, essa cota é composta das despesas aprovadas em assembleia geral ordinária e essenciais para funcionamento do condomínio.
São elas:
Também aprovados em assembleias, desta vez de cunho extraordinário, essas cotas são aquelas destinadas a gastos específicos. Tradicionalmente, são obras com data de início e término ou alguma outra despesa que não estava planejada.
É comum que esses valores sejam retirados do fundo de emergência do condomínio e precisem ser repostos mais tarde. No entanto, se a decisão dos condôminos for custear o valor, ele é adicionado à taxa.
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A palavra reajuste causa até calafrios em quem precisa pagar o condomínio todos os meses, mas Gisele explica que essas alterações são comuns e alguns fatores interferem diretamente nos valores a serem pagos.
“Por se tratar de despesas fixas, a atualização dos valores se dá de forma natural, por meio da correção dos contratos, aumento das alíquotas de consumo, aplicação do dissídio dos funcionários ou dissídio das empresas de mão de obra terceirizada”, enumera.
Ela também aponta a inadimplência como um fator crucial para o aumento da taxa de condomínio. “Em um primeiro momento, os adimplentes acabam pagando pelos inadimplentes”, resume.
Da mesma forma que os condôminos precisam lidar com os reajustes jogando o preço da taxa de condomínio para cima, é possível tomar algumas medidas para que o valor seja puxado para baixo.
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“Em assembleia, os condôminos podem avaliar a estrutura de serviços que querem para o condomínio. É possível, por exemplo, substituir a portaria com funcionários próprios para uma portaria remota, que é controlada a distância por um prestador de serviços”, exemplifica.
Há, porém, uma forma de promover uma mudança importante sem precisar diminuir a equipe: a conscientização. “Usar os recursos disponibilizados pelo condomínio e as áreas comuns com mais zelo diminui a necessidade de manutenção”, pontua.
“Nos prédios em que o consumo não é individualizado, é importante que cada condômino faça uso da água e do gás com responsabilidade.”
Se você é locatário, é possível que a sua taxa de condomínio esteja mais alta porque você está arcando com valores que não seriam sua obrigação. Despesas extraordinárias tradicionalmente são de responsabilidade dos proprietários do apartamentos, pois são obras que visam a valorização patrimonial do prédio, por exemplo.
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“Para que não tenham surpresas, recomendo que acompanhem a prestação de contas e vejam se, de fato, as cotas ordinárias estão sendo destinadas aos pagamentos ordinários e fundamentais para o funcionamento do condomínio”, orienta Gisele.
Ela continua afirmando que, em caso de dúvidas, é importante questionar o síndico ou a empresa administradora do local. “É direito buscar esclarecer todos os pontos”, complementa.