Comprar imóveis em leilões se tornou mais fácil nos últimos anos. A pandemia fez com que mais empresas se modernizassem para atender a demanda pelas negociações online e hoje em dia os lances podem ser feitos até pelo smartphone.
A Zuk, especializada no setor imobiliário, por exemplo, leiloou cerca de 9 mil imóveis — entre casas, apartamentos, salas comerciais, galpões, etc. — em 2023. Para 2024, o objetivo é dobrar esse número.
Há também ofertas em sites de leiloeiros com anos de experiência, como Freitas Leiloeiro, Sodré Santoro e VIP Leilões. “O leilão perdeu um pouco daquela imagem de que era uma coisa fechada, que ninguém podia vir, que era difícil comprar”, afirma Ronaldo Milan, da Milan Leilões.
Para conseguir bons descontos, no entanto, os especialistas recomendam fazer um bom planejamento financeiro — na maioria das vezes, as condições de parcelamento de bens adquiridos em leilões não são tão amigáveis quanto as do financiamento habitacional.
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“Além de estar preparado para dar a entrada, o comprador tem que adicionar 5% da comissão do leiloeiro e pagar as taxas de escritura e transferência, que, na média, são de 6% sobre o valor total do imóvel”, explica Cristiana Boyadjian, VP de Imóveis e Judiciais do grupo VIP Leilões.
+ Vale a pena comprar um imóvel em leilão para reformar e vender?
Também é necessário ter paciência, pois nada garante que você vá conseguir arrematar um imóvel logo em seu primeiro leilão.
“É preciso esperar a oportunidade certa, de acordo com o que você precisa. Se uma coisa ficar muito cara (para o comprador), ela deixa de ser vantajosa. Mas sempre aparece outra oportunidade depois”, afirma Milan. “Às vezes, não vai ser um apartamento naquele prédio que você quer, do jeito que você quer. Mas também pode ser uma boa compra”, acrescenta Cristiana.
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A seguir, confira mais dicas para fazer bons negócios em leilões.
Segundo Milan, os imóveis em leilão podem ser resultado de processos judiciais, de empresas que faliram ou então de companhias que decidem leiloar parte dos seus ativos imobiliários (os leilões extrajudiciais). Seja um apartamento ou uma fazenda, busque saber se está tudo dentro da lei e documentado em cartório. Falando nisso…
Cada bem leiloado tem um edital específico que traz todas as regras da venda. A leitura desse documento é obrigatória, reforça os especialistas ouvidos pela reportagem.
“Sempre, sempre leia o edital. As regras do que você está comprando estão lá e aí você vai entender se existem débitos que vão recair sobre o comprador, se existem disputas judiciais. Tudo está escrito no edital”, diz Cristiana Boyadjian, do VIP Leilões.
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É bem comum que imóveis com algum tipo de disputa judicial estejam ocupados. Nesses casos, dificilmente será possível entrar na casa ou apartamento antes de dar o lance. A dica é circular pela região. “Você pode ir ver como é a rua, o bairro, o entorno do imóvel. Se for um apartamento ou casa de condomínio, é possível visitar uma unidade que, eventualmente, esteja à venda”, orienta Cristiana.
+ É possível visitar um imóvel em leilão antes de dar um lance?
Por mais que você tenha se apaixonado por uma casa ou apartamento em um leilão, o negócio pode se tornar um pesadelo se ele ficar acima do seu orçamento.
“Nem sempre um imóvel vai ser vendido pelo valor mínimo. Se houver uma disputa muito grande, você precisa estabelecer um limite do quanto quer gastar”, aconselha a VP de Imóveis da VIP Leilões. Até porque se você arrematar um imóvel e não tiver condições de arcar com o valor total, será obrigado a pagar multa pela desistência da compra.
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