Avanço de microapartamentos fomenta mercado de empresas de self storage
Diminuição do tamanho de imóveis faz com que pessoas recorram a espaços externos para guardar bens
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Uma das consequências do adensamento habitacional promovido pelas grandes incorporadoras e apoiado pelo Plano Diretor de São Paulo é o estímulo à construção de imóveis compactos. De janeiro de 2019 a janeiro deste ano, 98.500 estúdios ou apartamentos com um dormitório foram lançados na cidade, de acordo com levantamento da Brain Inteligência Estratégica.
Com menos espaço em casa, startups especializadas em self storage estão aproveitando a tendência. São empresas que oferecem espaços em galpões para armazenar objetos pessoais de acordo com as demandas dos clientes. O valor do aluguel varia de acordo com o tamanho do box locado, do tempo que ele será ocupado e da região da cidade em que o galpão está localizado.
É possível contratar um box, com permanência mínima de 30 dias e com renovação automática, se for necessário. Entre os itens, apenas produtos inflamáveis, perecíveis, tóxicos, ilegais ou seres vivos não podem ser armazenados.
Criada há 10 anos, a GoodStorage é uma dessas empresas, que disponibiliza para aluguel espaços que vão de 1m² a 100 m². “As unidades menores funcionam como uma espécie de extensão da casa. São para guardar a prancha de surf, as malas de viagem e aqueles itens que não têm um uso tão frequente”, afirma o CEO da empresa, Thiago Cordeiro. “Já as maiores funcionam como uma armazenagem menos temporária. É uma mudança de apartamento, mudança do país, algum evento mais específico na vida das pessoas”, complementa.
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A falta de espaço dentro de casa tem se tornado algo cada vez mais comum, especialmente nos imóveis novos. De acordo com dados do anuário do mercado imobiliário do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi)-SP, em 2015, os apartamentos com menos de 45 m² representavam 20% dos lançamentos. Em 2022, já eram 75%.
“Um cliente muito comum dos nossos serviços são justamente as pessoas que se mudaram para apartamentos menores“, diz Cordeiro. O resultado desse movimento já pode ser observado nos números da empresa. Segundo o CEO, a GoodStorage alcançou um crescimento de 35% no último ano.
E a startup não deve parar por aí. Atualmente, a GoodStorage possui 23 unidades em funcionamento na cidade de São Paulo e espera abrir mais de 100 mil m² distribuídos em 10 novas unidades até o final do ano. “Em três anos, queremos chegar a 50 unidades de self storage.”
Modelo de negócio
Levantamento mais recente da Brain Inteligência Estratégica, em parceria com a Associação Brasileira de Selfstorage (ASBRASS) identificou que a vacância de espaços para armazenamento vem diminuindo. No primeiro trimestre de 2020, 25,7% dos boxes estavam desocupados. O número caiu para 14% no último trimestre de 2022. Enquanto isso, a oferta cresceu 16% no último ano.
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Para Vanessa Kawazuro, gerente geral da Moby Self Storage, o movimento é impulsionado por pessoas e não apenas por empresas. “Todos os espaços estão com aproximadamente 90% de ocupação, sendo 80% deles para pessoas físicas.” A empresa, fundada em 2016, possui atualmente três unidades no Rio de Janeiro e uma em São Paulo.
“A maior transformação que estamos percebendo ultimamente é que antes as pessoas procuravam apenas em datas sazonais e momentos pontuais, como viagens ou mudanças. Agora é algo mais constante e fixo”, diz.
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