Projetos feitos às pressas e falta de criatividade são algumas das características atreladas à incorporação no mercado imobiliário de luxo brasileiro, na visão de Alfredo Gulin Neto. À frente da incorporadora AG7, o executivo não poupa críticas ao cenário nacional e afirma que o mercado precisa se reinventar, pois o modelo atual está prestes a chegar à exaustão.
“Nós, incorporadores no mercado de imóveis de luxo, olhamos muito para nós mesmos e pouco para o cliente”, alerta Neto. “As vantagens competitivas dos projetos são meramente incrementais. Acoplamos diversos selos e marcas aos empreendimentos como se isso fosse um diferencial, para poder se comercializar. No fim, tudo se repete”, exemplifica.
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Para o empresário, este ambiente vem repelindo clientes e provocando uma obrigatória renovação no setor. A proposta defendida por ele é que os edifícios precisam “servir mais”. “Acreditamos que edifícios em boas localizações que não estiverem atentos serão engolidos pelo tempo, podendo ser até demolidos/implodidos caso não reajustados para um serviço que o cliente necessite. Isso já está acontecendo em grandes cidades do Brasil e em edifícios na beira do mar”, pontua.
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A solução defendida por Neto para contrapor a inércia do setor é o wellness building, conceito criado pela própria AG7 que propõe a criação de empreendimentos com foco na saúde dos moradores. Sem abrir mão do lucro, a empresa publiciza que desenvolve seus prédios para impulsionar os moradores a viverem mais anos de vida. O mais novo cartaz desta filosofia é o Ícaro Casa-Térrea.
Neste mês, a AG7 anunciou o lançamento do empreendimento de luxo no bairro Ecoville, em Curitiba. Com 38 apartamentos de 500 m² a 1,4 mil m², o Ícaro Casa-Térrea será composto por quatro torres e vai ocupar um terreno de mais de 20 mil m². Em uma geração marcada pelos imóveis compactos, o projeto disponibiliza plantas que englobam de três a cinco suítes e varandas particulares de até 300 m².
Não é esta amplitude, porém, que a empresa quer destacar. “O valor não é medido pelos tamanhos, mas pelo impacto positivo na vida dos moradores”, afirma Neto. Para alcançar este objetivo, o empreendimento prevê a entrega de um bosque privativo de 9 mil m² e um lago ornamental dentro do terreno”.
“Os espaços internos e externos convidam as pessoas a se relacionarem com a natureza, com o esporte, socializar, se concentrar e relaxar. Pegar frutas no pé, plantar árvores, fazer reuniões nos spas, atrair os filhos que já saíram de casa para querer ficar novamente com os pais”, enumera o incorporador.
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Como complemento destas atividades estão a construção de piscinas coberta e externa, área de SPA, sauna seca e úmida, haloterapia, tanque de contraste, quadra de beach tênis, academia, pista de caminhada, sala de jogos, coworking, biblioteca e sala de leitura.
Além disso, o projeto conta com assinatura do escritório Architects Office, paisagismo de Ricardo Cardim e design de interiores da arquiteta Juliana Vasconcelos.
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Para ter acesso a todas estas comodidades e luxos, é preciso preparar o bolso. O preço médio do metro quadrado está avaliado em cerca de R$ 30 mil. O menor apartamento, de 500 m², custará em torno de R$ 15 milhões. Já para comprar a unidade mais cara, de 1.450 m², custará aproximadamente R$ 40 milhões.
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As obras do Ícaro Casa-Térrea começam no primeiro semestre de 2025 e a entrega está prevista para 2029. “Projetos imobiliários levam anos para serem concebidos, entregues e serão usados por décadas. Nós carregamos essa pauta (wellness building) há muito tempo e agora estamos colocando mais produtos no mercado”, antecipa.