Locação sob demanda reforça mobilidade urbana
Plataformas permitem reserva sem número mínimo de diárias e dispensam fiador
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Imagine ter a oportunidade de testar diferentes espaços antes de escolher um imóvel para morar ou trabalhar. Parece impossível? Mas o conceito de “moradia sob demanda” chegou para dissociar as palavras “locação” e “burocracia”, trazendo agilidade e simplicidade à transação. Empresas como Airbnb, GoHouse, AlugueTemporada e Housi são referência no segmento. “Hoje, você tem o carro sob demanda, o filme sob demanda. Por que não o imóvel sob demanda? A nova geração não tem mais apego. A casa tem de condizer com o momento de vida da pessoa”, explica Otto Borges, diretor de Operações da Housi.
Com o slogan “simples, sem burocracia e pelo tempo que quiser”, a plataforma tem pouco mais de um ano e aproximadamente 300 apartamentos disponíveis na região metropolitana de São Paulo. Segundo Borges, a transação para aluguel na plataforma é concluída em menos de cinco minutos. A reserva é feita na hora e paga com cartão de crédito.
Mas o alerta é para a variação de preços. Em São Paulo, por exemplo, o bairro mais caro para locação residencial é a Vila Olímpia, com preço médio de R$ 79,24/m2 por mês, segundo levantamento da FipeZap. Considerando 10 anúncios disponíveis por aplicativos, o preço médio da região chega a R$ 150,95/m2 por mês.
Na dúvida, faça o teste
O formato tem atraído diferentes perfis. Além de viajantes brasileiros e estrangeiros, os próprios moradores de São Paulo estão usando esse tipo de ferramenta para descobrir bairros da cidade e ficar mais próximos do trabalho. É o caso de Paula Balsinelli, de 40 anos. Ela passou um período fora do Brasil e, quando retornou, não sabia bem onde gostaria de morar. “Minha única certeza é que eu não queria mais voltar à antiga vida de duas horas e meia no trânsito todo dia. Além disso, investir todo o meu dinheiro em um imóvel não me parece uma boa opção.”
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Foi aí que surgiu a ideia de alugar pelo Airbnb e testar alguns bairros antes de definir sua futura residência fixa. Paula escolheu três: Perdizes, Pompeia e Consolação. Ela vai ficar hospedada em cada um deles por um mês. O objetivo é conhecer as opções de transporte, o entorno e a segurança para ver como se articulam com seu estilo de vida. “A mobilidade é o fator mais importante para mim. São Paulo concentra muitas oportunidades de trabalho em poucos bairros e, por isso, procurei escolher locais estratégicos para morar”, diz Paula.
Para Borges, o teste em diferentes regiões é cada vez mais usado como uma solução criativa antes de escolher onde se fixar. “É o que propomos com esse modelo de negócio. Testar é a melhor forma de conseguir entender onde se quer morar. Qual o sentido de se prender a um local só pela vida inteira?”, conclui.
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