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[Opinião] Construção híbrida: o caminho para o futuro da construção civil

Felipe Savassi é VP de Produtos e Inovação da SteelCorp

Por:Felipe Savassi 25/08/2025 2 minutos de leitura
"As novas gerações não querem seguir o trabalho braçal; elas se sentem mais atraídas por um ambiente controlado de fábrica" / Crédito: Tomasz Zajda/AdobeStock

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Defendo uma abordagem que considero revolucionária para a construção civil: as construções híbridas. Para quem ainda não está familiarizado, uma construção híbrida é quando utilizamos mais de um sistema ou materialidade dentro da mesma obra.

Isso pode significar trabalhar com a construção tradicional e algum outro sistema complementar, como paredes de concreto, light steel framing, ou madeira engenheirada. Mas também, e de forma igualmente poderosa, significa fazer a interface entre dois sistemas já industrializados.

Por muito tempo, me esforcei para “furar a bolha” das casas de alto padrão, batendo de frente com a ideia de que a construção precisava ser totalmente tradicional e convencional ou totalmente modular e industrializada.

Finalmente entendi que não precisávamos ser extremistas. O maior gargalo que enfrentamos na construção civil é o preconceito cultural. Ao “molhar o pezinho” do cliente, mostrando que a industrialização não é um “bicho de sete cabeças”, mas sim algo que traz previsibilidade, menos exposição a riscos e menos demanda de mão de obra, abrimos um leque de possibilidades.

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Você pode começar a industrialização da sua obra com apenas 5%, com um componente, e à medida que você ou o cliente ganham segurança, mais opções industrializadas são adicionadas.

É como dirigir um carro automático: uma vez que você experimenta, dificilmente vai querer voltar para o manual. É possível dosar o grau de industrialização e, assim, atingir desde uma casa popular até qualquer outro serviço, função ou padrão, como casas Triple A

construção civil é responsável por consumir 50% dos recursos naturais do planeta e por 25% a 30% dos gases lançados na atmosfera, além de ter 77% de recorrência de atrasos em cronogramas e 75% de desvio nos orçamentos. Somos os últimos em produtividade, perdendo para a avicultura e a manufatura. Um dos nossos maiores desafios é a mão de obra, que está prestes a acabar em diversas regiões.

Nunca o mercado da construção industrializada teve tanta oportunidade para crescer frente a esses desafios.

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Materiais tecnológicos oferecem melhor conforto térmico e acústico, gastam menos energia e exigem menos manutenção. Isso impacta diretamente os custos de operação do edifício, algo que nem todos os incorporadores e construtores consideram, focando apenas nos cinco anos de garantia pós-entrega.

É um verdadeiro oceano azul de oportunidades. Em um cenário de tanta incerteza – mão de obra, alta do dólar, guerras, possíveis pandemias – a construção industrializada é o único sistema capaz de mitigar ou minimizar riscos.

As novas gerações não querem seguir o trabalho braçal e hostil de um canteiro de obras; elas se sentem mais atraídas por um ambiente controlado de fábrica, onde podem usar parafusadeiras em vez de colheres de pedreiro.

É essencial quebrar barreiras de mentalidade e preconceitos culturais, entendendo que em uma obra, além do financeiro, recursos como tempo, mão de obra e localização geográfica devem ser analisados.

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