OPINIÃO: O que o setor corporativo ensina ao mercado residencial
Elisa Rosenthal é diretora-presidente do Instituto Mulheres no Imobiliário

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O mercado imobiliário corporativo de São Paulo, especialmente no eixo da Avenida Faria Lima, tem vivenciado um período de intensa valorização e demanda. Regiões como Faria Lima e Vila Olímpia atingiram taxas de ocupação de 90% em 2024, refletindo o aquecimento do mercado corporativo na capital paulista.
Essa alta procura elevou os preços de locação, com valores que podem ultrapassar R$ 300 por metro quadrado em edifícios de alto padrão e a dinâmica de preços ressalta a importância da profissionalização e da gestão eficiente no setor
No mercado corporativo, a comercialização de espaços segue padrões globais e processos bem definidos. Diferente do residencial, onde o processo de locação ainda é visto como uma simples transação, o mercado corporativo entende que a experiência do usuário é determinante para o sucesso do ativo.
“As empresas buscam ambientes que combinem eficiência operacional, flexibilidade e impacto positivo para os negócios e para as pessoas”, me explicou a Paula Casarini, CEO da Colliers Brasil.
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Isso tem levado a transformações significativas nos edifícios corporativos, que incorporam:
✔ Layouts flexíveis para adaptar-se às necessidades de cada empresa
✔ Uso intensivo de tecnologia para otimizar a gestão e reduzir custos operacionais
✔ Certificações ambientais, como LEED e WELL, que garantem eficiência energética e qualidade do ambiente interno
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✔ Modelos híbridos de ocupação, como o conceito core & flex, combinando áreas fixas com espaços compartilhados
Esses conceitos, cada vez mais comuns no corporativo, poderiam ser aplicados ao residencial, especialmente no modelo multifamily, que profissionaliza a gestão de imóveis para locação e melhora a experiência do inquilino.
A incorporação de práticas sustentáveis é outra área em que o setor corporativo já avançou e que o imobiliário residencial pode explorar melhor. “Hoje, um edifício sustentável não é apenas um diferencial, mas uma exigência do mercado. Empresas e investidores priorizam ativos que reduzem impacto ambiental e custos operacionais”, apontou Paula.
No corporativo, a adoção de gestão energética inteligente, reaproveitamento de água e automação predial já se tornou um padrão. Além disso, prédios com certificações ESG atraem mais locatários e apresentam menor taxa de vacância.
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No setor residencial, essas práticas ainda são limitadas a empreendimentos de alto padrão, mas podem se tornar a norma no futuro.
A tendência de aproximação entre os segmentos corporativo e residencial é evidente. Modelos como o multifamily, que profissionalizam a locação residencial com gestão especializada, digitalização e serviços agregados, seguem a lógica já consolidada no corporativo.
Esse movimento tende a ganhar força, principalmente nas grandes cidades, onde mobilidade, segurança e qualidade de vida são cada vez mais determinantes na escolha por um imóvel.
Se o mercado imobiliário deseja se tornar mais eficiente e atrativo para investidores e consumidores, precisa adotar as melhores práticas do setor corporativo. A padronização dos processos, o foco na experiência do usuário e a gestão profissionalizada são pilares que podem transformar a forma como os imóveis são comercializados, ocupados e valorizados.
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Como afirma Paula Casarini: “o verdadeiro valor do setor imobiliário não está apenas nos metros quadrados comercializados, mas no impacto positivo que esses espaços podem gerar para pessoas, negócios e cidades”.
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