Um relatório produzido pelo McKinsey Global Institute projeta que o trabalho remoto pode causar um prejuízo de US$ 800 bilhões no valor dos escritórios até 2030. A justificativa apontada pela companhia é que a ocupação desses imóveis ainda está 30% abaixo dos níveis pré-pandêmicos e isso deve provocar uma desvalorização de 26% nos valores dos imóveis comerciais de 2019 a 2030.
O estudo, que analisou dados de Pequim, Houston, Londres, Nova York, Paris, Munique, São Francisco, Xangai e Tóquio, indica que a queda pode chegar a 42% em uma leitura mais severa.
Esse movimento é explicado pela fuga protagonizada por famílias que deixaram os núcleos urbanos das cidades para viver em subúrbios. O núcleo urbano da cidade de Nova York, por exemplo, perdeu 5% de sua população de meados de 2020 a meados de 2022. O núcleo de Londres perdeu 7% de meados de 2020 a meados de 2021.
Ainda que diversas empresas estejam atuando para levar seus colaboradores de volta aos escritórios, o trabalho remoto e o híbrido mantêm sua força. De acordo com o Instituto, apenas 37% dos trabalhadores vão ao escritório todos os dias. Porém, os números variem de acordo com a cidade, indústria e bairro.
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Em Londres, os trabalhadores vão ao escritório cerca de 3,1 dias por semana. Em Pequim, a média é de 3,9 dias. Nos EUA, a empresa imobiliária Cushman & Wakefield estima que haverá mais de 92,9 milhões de m² de escritórios vazios até o final da década.
Além do impacto no mercado imobiliário, o relatório indica que a crise ameaça as economias das cidades. Na prática, a previsão afirma que cidades vazias lutarão para combater as crises habitacionais, cuidar de suas pessoas mais vulneráveis ou construir sistemas de transporte público sustentáveis.
Entre as conclusões apresentadas pelo estudo estão a de que o trabalho híbrido já é um movimento consolidado e que os investidores do mercado imobiliário precisam se adaptar para não serem ultrapassados pelo tempo.
O caminho indicado pelo McKinsey Global Institute é o de adotar abordagens mais híbridas. Isso passaria pelo desenvolvimento de bairros de uso misto para escritórios, residências e imóveis comerciais; a construção de espaços com design, infraestrutura e tecnologia mais adaptáveis e flexíveis; e na maleabilidade dos layouts corporativos para atender as demandas dos colaboradores.
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