De janeiro a outubro de 2023 mais de 85 mil apartamentos foram lançados na cidade de São Paulo, de acordo com o Indicador ABRAINC-FIPE. Entre as marquises e canteiros de obras que ilustram o alto volume de edificações, a capital paulista vê seus números impulsionados pelo lançamento de estúdios e microapartamentos. Especializada no segmento, a incorporadora Vitacon prevê um 2024 ainda mais positivo para o setor.
O otimismo é justificado pelas aprovações do novo Plano Diretor e da nova Lei de Zoneamento da cidade. Entre as principais normas impostas pelas iniciativas estão o incentivo ao adensamento habitacional, a delimitação no número de vagas de garagem e o aumento das áreas de zoneamento. A perspectiva da companhia se apoia em performances significativos do mercado imobiliário em anos anteriores.
De acordo com dados da Secovi-SP, nos últimos três anos, 65% dos apartamentos lançados na cidade foram de imóveis com até 45 m². De janeiro a novembro do ano passado, foram lançados 47,1 mil apartamentos compactos, contra 28,5 mil no mesmo período de 2020.
Na esteira da tendência, a Vitacon aposta em empreendimentos nas regiões centrais para atrair investidores. Não à toa, a companhia realizou o lançamento de cinco prédios em 2023, superando pela primeira vez em sua história, um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 1 bilhão. Para 2024, a expectativa é que o número salte para 12 lançamentos e R$ 1,5 bilhão em VGV.
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Alexandra Monteiro, Diretora de Incorporação da companhia, entende que o momento é promissor para os imóveis compactos e refuta a tese de uma bolha no setor.
“A habitação é e sempre foi um tema muito relevante para o Brasil. Em alguns momentos, o setor recebe muito foco. Em outros, menos. Porém, diante de um déficit habitacional tão significativo, a capacidade de construir nunca é capaz de suprir totalmente a demanda nacional.
É fato que o governo federal atual tem um foco maior em habitação, principalmente na habitação econômica, via Minha Casa, Minha Vida, e este bom momento respinga nos demais segmentos. Ainda que o nosso público seja diferente, quando um setor recebe incentivos, todo o mercado ganha.”
“A nossa estratégia é buscar boas localizações na cidade, com o objetivo de diminuir a necessidade que os habitantes têm de usar o carro para se locomover. As mudanças do Plano Diretor vem ao encontro do nosso DNA.
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Além disso, o programa aumentou a quantidade de terrenos disponíveis nos Eixos, onde já estávamos enfrentando uma escassez de terrenos. Ao aumentar a quantidade de terrenos disponíveis, aumenta-se o número de investimentos e o número de lugares que as pessoas podem morar.
A lei de zoneamento também trouxe incentivos para os prédios sem garagem, o que vai de acordo com a maioria dos nossos empreendimentos.”
“Hoje, 80% dos compradores da Vitacon são investidores. Por isso, o nosso foco são imóveis com alta liquidez, o que beneficia os apartamentos menores.
Trabalhamos com imóveis de 20 m² a 40 m², sempre buscando a maior densidade. Estúdios têm uma liquidez maior e são a prioridade dos compradores. Eles preferem comprar três de 20 m² ao invés de um de 60 m², por exemplo. Cerca de 20% das nossas unidades têm metragens maiores.”
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“São apartamentos compactos em regiões centrais da cidade. É para estes locais que pessoas de todo o País vêm para estudar ou trabalhar, e é onde os grandes eventos acontecem.
Também são pessoas que querem morar mais bem localizadas. Em troca de espaço, preferem localização e privacidade. Antes pensávamos muito nos jovens, mas hoje pessoas de todas as idades buscam essa praticidade.
A empresa nasceu com a proposta de fazer projetos em regiões centrais, próximas dos melhores meios de transporte e das vias principais. Mas são terrenos caros e o custo de terreno se reflete no valor dos imóveis.
Percebemos, então, que o interesse não era só das pessoas interessadas em morar – até porque muitas delas ainda não tem o dinheiro para comprar. Daí surgiu este mercado de investidores que compram os empreendimentos e disponibilizam para locação.
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“Respeito esse posicionamento. É um ponto de vista. Mas uma cidade como São Paulo precisa ser adensada. As pessoas precisam morar perto das melhores regiões e com uma estrutura adequada.
É isso que a legislação propõe. E se os incentivos aumentarem, é até capaz dos imóveis enquadrados no MCMV adotarem o nicho também. Afinal, se as condições são boas, o mercado se atrai. É um ecossistema muito amplo e não é fácil atender todos os interesses. Mas é sempre preciso olhar para o progresso.
A cidade cresce, tem uma demanda gigante por habitação e precisa do mercado privado para que essa necessidade seja atendida. Seja nas camadas mais pobres da população, sejam os mais ricos, as demandas habitacionais precisam ser supridas.”
“O mercado imobiliário tem prazos longos e aprovações demoradas. Portanto, todos os lançamentos que fizemos em 2023 foram baseados na legislação anterior. O que muda é que a partir de 2024 nossos lançamentos estarão de acordo com o novo Plano Diretor. A expectativa é de 12 novos projetos em 2024 e pelo menos 1,5 bilhão em VGV.
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São Paulo tem um mercado imobiliário muito forte, o maior do Brasil, e é onde estão as maiores empresas do setor. Ainda existe muito até todo o potencial ser explorado”.