Os financiamentos para a compra e a construção de imóveis no País atingiram R$ 16,1 bilhões em setembro. O montante foi 9,6% menor do que no mesmo período do ano passado, quando os bancos tiveram recorde de contratações. Ainda assim, o volume de crédito imobiliário concedido em setembro deste ano foi o segundo maior no mês em toda a série histórica.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 28, pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e consideram apenas as operações realizadas com recursos da caderneta de poupança. Não entram aí, por exemplo, os financiamentos no âmbito do Casa Verde e Amarela (CVA), que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
No acumulado de janeiro a setembro de 2022, os financiamentos totalizaram R$ 136,48 bilhões, uma baixa de 11,8% na comparação com os mesmos meses de 2021, segundo a Abecip. Apesar do recuo nas atividades, o presidente da Abecip, José Rocha Neto, vem reiterando nos últimos meses que 2022 será o segundo melhor ano de toda a história para o setor. Segundo ele, há um recuo na comparação com o recorde de 2021, mas o volume de concessão é considerado aquecido e saudável.
Em termos de quantidade de casas e apartamentos financiados, foram 61,8 mil unidades, contração de 16,2% na comparação anual. Entre janeiro e setembro de 2022, foram financiados 559,54 mil imóveis, resultado 15,6% inferior ao de igual período de 2021.
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A Abecip também divulgou dados do Banco Central mostrando que a poupança – fonte do crédito imobiliário – teve uma captação líquida de negativa de R$ 4,96 bilhões no mês, ou seja, teve mais saques que depósitos.
Embora negativo, o resultado de setembro foi melhor do que o de agosto (saídas de R$ 19,7 bilhões) e o de setembro do ano passado (saídas de R$ 6,3 bilhões).
O mercado imobiliário na cidade de São Paulo fechou o mês de setembro com expansão dos lançamentos e das vendas, de acordo com levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) antecipado para o Estadão/Broadcast. O cenário indica resiliência apesar do ambiente de juros mais altos e da proximidade com as eleições, o que costuma fazer parte dos consumidores postergar novos negócios.
Os lançamentos em setembro subiram 5,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando 8.225 unidades residenciais. Por sua vez, os lançamentos nos últimos 12 meses (outubro de 2021 a setembro 2022) tiveram uma expansão de apenas 1% na comparação com o período anterior (outubro de 2020 a setembro 2021), somando 83.993 unidades.
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O ano foi melhor para o mercado de médio e alto padrão. Aqui, os lançamentos cresceram 12% nos últimos 12 meses, 48.100 unidades. Já no segmento econômico (dentro do Casa Verde e Amarela), houve recuo de 10%, para 35.900 unidades.
As vendas em setembro cresceram 22,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, chegando a 6.255 unidades. Por sua vez, as vendas nos últimos 12 meses até setembro acumularam crescimento de 6% na comparação com os 12 meses anteriores, totalizando 69.812 unidades.
Em termos financeiros, as vendas subiram 17,5% no mês, movimentando R$ 2,775 bilhões. Em 12 meses, as vendas cresceram 2%, indo para o patamar de R$ 35,515 bilhões.
O indicador que mede a velocidade das vendas (total de unidades vendidas em relação ao total de lançamentos no período) foi a 8,6% no mês, queda de 0,5 ponto porcentual na comparação anual. Já a velocidade de vendas acumulada em 12 meses baixou para 51,1%, recuo de 6,1 pontos porcentuais.
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A capital paulista encerrou setembro com estoque de 66.646 unidades disponíveis para venda, considerando imóveis na planta, em obras, e recém-construídos. O montante é 30,5% maior do que um ano antes. Considerando o ritmo atual de vendas, seriam necessários 9 meses para liquidar todo o estoque de imóveis do segmento econômico e 13 meses para as unidades de médio e alto padrão.
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