A Caixa Econômica Federal fecha 3.296 novos contratos de financiamento de imóveis por dia. O valor representa R$ 917 milhões em financiamento concedidos e 12 novos canteiros de obra abertos em 24 horas. Atendendo 5.570 municípios, o Banco, que responde pela maior parte do crédito imobiliário no País, coleciona números superlativos.
Não à toa, 246 mil simulações de financiamento são realizadas em um dia na plataforma da instituição. Os números revelados por Raul Gomes, Superintendente Nacional de Habitação Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, simbolizam o impacto da entidade no mercado de construção civil do Brasil. “Se a Caixa espirra, o grito no mercado é forte”, brinca.
“Este volume reforça a liderança da Caixa no segmento, com participação de mercado de 68% em financiamentos imobiliários totais e 99,5% no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV)”, pontua.
Em palestra no Construsummit, evento que reuniu executivos e empresas do mercado imobiliário e da construção civil na última semana, o executivo apontou para os grandes desafios do setor no momento: a captação de recursos financeiros para financiar projetos imobiliários (‘funding’) e os próximos passos do Minha Casa, Minha Vida.
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Ele argumenta que a alta nas taxas de juros refletiu na diminuição da captação da poupança, o que tem instigado as instituições financeiras a buscar novas alternativas de funding para garantir o crescimento dos financiamentos. “Vivemos um momento de expansão no crédito imobiliário e isso gera uma pressão no funding, o que indica que mais pessoas estão tendo acesso a financiamento imobiliário”, comenta.
“Neste cenário, os recursos têm que ser direcionados para a população que mais precisa. É necessário criar um ambiente em que alguns consigam pagar uma taxa de 5% ou 6%, um valor que cabe no orçamento familiar delas”, argumenta Gomes.
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Ele antecipa que os próximos passos do MCMV envolvem a manutenção dos financiamentos com recursos do FGTS para as famílias das faixas 1, 2 e 3 do programa, bem como a retomada das contratações na Faixa 1 com recursos do Orçamento Geral da União (OGU). “Isso é particularmente importante em um país com grandes desigualdades sociais e econômicas, onde o acesso à habitação é um dos principais desafios”.
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Por meio da Caixa, o mercado imobiliário alcançou 155,6 bilhões em valores contratados em 2024. O valor possibilitou o financiamento de 559,7 mil imóveis. Em contrapartida, foram 1.748 empreendimentos contratados neste ano, além de 8.019 em andamento. A expectativa é de mais de 257,3 mil unidades em produção e, de acordo com a Caixa, mais de 1 milhão de empregos gerados.
Apesar disso, existe um contraste marcante entre o número de vendas e lançamentos de unidades. Nos últimos 12 meses, foram 353 mil unidades vendidas, 324 mil unidades foram lançadas e 274 mil unidades foram ofertadas. “Os brasileiros estão consumindo todas as unidades disponíveis. Isto significa um desafio e uma oportunidade para as incorporadoras”, comenta Gomes.
Este caminho, ele defende, é pavimentado pela Caixa, que tem o papel de dar previsibilidade ao empreendedor, para que não falte recursos para criar projetos. “Isso lhes permite planejar e executar projetos habitacionais com confiança, sabendo que terão acesso aos fundos necessários para concluir suas obras”.
*O repórter viajou para Santa Catarina à convite da Softplan
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