Número de startups no mercado imobiliário aumenta, mas volume dos investimentos diminui
Estudo indica que País conta com mais de mil proptechs e construtechs
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O Brasil possui 1.068 startups focadas no mercado imobiliário e de construção, de acordo com o Mapa das Construtechs e Proptechs, desenvolvido pela Terracotta Ventures. O número representa um crescimento de 11,8% em relação ao ano anterior, quando 955 companhias foram mapeadas, e é quase três vezes maior do que a quantidade registrada em 2018 (350).
Essas companhias receberam R$2,55 bilhões em 2022, o que significa uma redução de 56% em comparação ao ano anterior, quando o volume de investimentos chegou a R$5,83 bilhões. Durante o período, foram registradas 46 rodadas, uma queda de cerca de 30% no ano. O estudo indica que essa redução é justificada pela instabilidade econômica, a crise política e a pandemia de Covid-19.
Para Bruno Loreto, fundador da Terracotta Ventures, o cenário ainda deve demorar para apresentar sinais de melhora, o que é aguardado com a inversão da curva de juros, esperada para a partir de 2024 no cenário global.
Em contrapartida, o volume de investimentos realizados em startups do segmento em estágio inicial sugere um futuro promissor para o mercado. As proptechs e construtechs em early stage receberam R$789 milhões em investimentos no ano de 2022. É um aumento de 24,4% em relação ao ano anterior.
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“O investimento em empresas early stage mira o longo prazo”, diz Loreto. “As flutuações no mercado fazem o investidor ficar cauteloso. Porém, a reprecificação nos múltiplos dos ativos trouxe boas oportunidades para entrar em negócios promissores, em condições mais equilibradas, e, cuja perspectiva de longo prazo sofre pouco efeito do atual panorama de mercado”, complementa.
Negócios promissores
O estudo mostra que empresas já consolidadas são a minoria. Das 1.068 startups categorizadas no Mapa das Construtechs e Proptechs, 93,39% ainda não chegaram a um estágio de Séries A – quando a startup está começando a se solidificar, conta com uma cartela de clientes e receitas, e os fundos aportados serão usados para criar novos produtos e soluções.
A maior parte delas se encontra entre Pré-seed (quando os investimentos são feitos pelo próprio dono ou sócios) e Seed (quando os fundos são utilizados para validação de mercado, pesquisa e consolidação). Ou seja, estão em fase de validação e comprovação da viabilidade do projeto – o que simboliza o ciclo inicial das inovações no segmento.
Setores de atuação das proptechs
A maioria das startups brasileiras tem como objetivo melhorar a experiência de quem utiliza imóveis já construídos, tanto para uso residencial quanto para profissional. De acordo com o levantamento, 35,2% delas desenvolvem soluções para propriedades que já estão em uso. Em segundo lugar, aparecem as startups voltadas para a aquisição de imóveis. Em terceiro, as companhias voltadas para construção.
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O estudo ainda salienta a atuação das startups do segmento de construção civil e imobiliário no Brasil. Hoje, são 120 empreendimentos no setor focados em entregar projetos voltados à comodidade, sustentabilidade e soluções de crédito imobiliário. “Existe uma janela de oportunidade para investidores e startups com soluções inéditas e capazes de alavancar a digitalização do setor”, afirma Loreto.
Mercado centralizado
Os números apurados pelo Mapa mostram ainda uma concentração das startups mapeadas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil (88,5%). Só no estado de São Paulo estão 44,8% delas. Santa Catarina (12%) e Paraná (9,5%) aparecem logo na sequência. O estudo, entretanto, indica que o ritmo de crescimento das regiões Nordeste (17,8%) e Centro-Oeste (13,9%) é superior à média nacional de 11,8%.
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