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Investimento em proptechs da América Latina caiu em 2023, mas setor está otimista

Números estão distantes do boom que o mercado vivenciou em 2021

Por:Breno Damascena 30/11/2023 3 minutos de leitura
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Brian Requarth, co-fundador da Latitud, indica oportunidades como Open Finance e IA para o futuro do mercado/ Crédito: Beto Lima/Divulgação

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Em 2021, as proptechs – startups do mercado imobiliário – da América Latina receberam 1,4 bilhão de dólares em investimentos. De acordo com a Latin American Venture Capital Association (LAVCA), o número representa um recorde do setor. Os aportes, porém, diminuíram significativamente nos anos seguintes. Nos três primeiros trimestres de 2023, por exemplo, o valor investido é de USD 277,9 milhões. 

Apesar da queda, a participação das proptechs no mercado de startups recuou menos que a média. O capital investido neste segmento atualmente representa 10,1% dos investimentos feitos em startups na América Latina, um recorde em 5 anos. E a expectativa de investidores e fundadores é que o futuro seja animador. 

Fonte: LAVCA November 2023 | The LatAm Tech Report 2023

É isso que indica o relatório The LatAm Tech Report 2023, desenvolvido pela plataforma de tecnologia Latitud. “O incremento super altos em 2021 e 2022 foram anomalias, resultado de um investimento agressivo em todos os segmentos. A queda era natural, mas se compararmos com anos anteriores, como 2017, o resultado atual ainda é alto”, analisa Brian Requarth, co-fundador da companhia. 

Segundo dados divulgados pela LAVCA em novembro, atualmente 113 proptechs são aportadas por venture capitals. Delas, nove receberam o investimento em 2023. É o menor número desde 2017. No entanto, Requarth entende que a quantidade de aportes não se relaciona com o nível de inovações surgindo.

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“O número de proptechs continua crescendo, mas elas estão exigindo menos dos investidores”, justifica Requarth. Não à toa, um levantamento da MetaProp/PwC mostra que 43% dos investidores ao redor do mundo acreditam que vão investir em proptechs nos próximos 12 meses. Enquanto isso, 36% esperam investir a mesma quantia e 21% acreditam que farão menos investimentos neste mesmo período. 

O mesmo estudo da MetaProp/PwC, mostra que 45% das proptechs acreditam que está mais difícil conseguir investimentos. Outras 33% afirmam que a dificuldade não mudou e 22% acham que está mais fácil.  

Confiança dos investidores no setor de proptechs:

Fonte: MetaProp/PwC | The LatAm Tech Report 2023

Índice de confiança dos fundadores de proptechs em receber investimentos:

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Fonte: MetaProp/PwC | The LatAm Tech Report 2023

Na visão do executivo, a queda das taxas de juros é um fator crucial para o impacto positivo no setor. “Nos próximos anos, vamos ver uma recuperação lenta, influenciada pela estabilização ou declínio dos juros. A nível global, 2024 tende a ser um ano difícil, mas existem grandes oportunidades com as ondas crescentes de digitalização, redução de custos e crescimento da qualidade dos ativos”. 

Oportunidades para as proptechs

O relatório divulgado pela Latitud reúne dados sobre o ambiente de captação de recursos e a maturidade de seus mercados na América Latina, além das tendências, possibilidades e os desafios que cada setor enfrentará. Entre as oportunidades apontadas pelo estudo está, por exemplo, a ascensão de locais de trabalho flexíveis. 

A expectativa é que mesmo com o fim da política de home office em muitas empresas, o modelo deve continuar impactando aluguéis de escritórios. “O trabalho remoto vai cair se comparado com o período da pandemia, claro, mas ele ainda funciona melhor para empresas organizadas e que sabem medir níveis de performance”, justifica Requarth.

Em um universo onde a construção de edifícios é responsável por 41% do total de emissões de carbono nas cidades latino-americanas, as iniciativas de sustentabilidade também são apontadas como um ambiente promissor para startups do mercado imobiliário, indica o relatório da Latitud. 

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Essa perspectiva é corroborada pelo compromisso firmado pelos países da América Latina e das Caraíbas (ALC) de reduzir significativamente as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) até 2030 e a atingir zero emissões líquidas até 2050.

A digitalização do fluxo de trabalho de construções, iniciativas de Inteligência Artificial e o Open Finance são outras tendências apresentadas como promissoras pelo relatório. “Existe pouco acesso a dados no mercado imobiliário brasileiro. O Open Finance pode resolver do dia para a noite diversos problemas relacionados a empréstimos hipotecários, ações e transações de imóveis”.

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