A alta densidade demográfica dos grandes centros urbanos reduz muito o espaço para a manutenção de áreas verdes – e quem mora em São Paulo sabe como é difícil encontrar um bairro repleto de árvores.
Há, claro, exceções. A maioria delas em áreas nobres, onde os custos do metro quadrado e de compras em geral são mais altos. São bairros de densidade menor e, consequentemente, mais espaço livre para a manutenção da vegetação.
Veja a seguir os sete bairros com mais área verde e espaços de lazer.
Não bastasse a proximidade com o Parque Ibirapuera, o distrito de Moema possui grandes praças, calçadas mais largas e canteiros, onde se encontram muitas árvores de diversas espécies, como pinheiro-brasileiro, seringueira, ipê-do-cerrado, pau-brasil, cerejeira-japonesa, umbuzeiro e outras.
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Fazendo fronteira com os muros do maior parque da cidade, a Vila Nova Conceição é ainda mais arborizada: abriga as praças Cidade de Milão e Pereira Coutinho, e tem uma das maiores proporções de árvores para cada 100 metros de via da cidade: 10 unidades para 100 metros – a média da cidade é de 4 unidades.
Do outro lado do Parque Ibirapuera, avança até a Avenida Paulista, onde fica mais um parque muito querido dos paulistanos: o Tenente Siqueira Campos. Conhecido como Trianon, mantém flora remanescente da Mata Atlântica e árvores centenárias, inclusive o pau-brasil, em risco de extinção.
Além dos parques, ao circular pelas ruas e alamedas dos Jardins, nota-se a presença das árvores disputando espaço com os prédios de alto padrão. Trata-se de um bairro com elevada proporção de árvores para cada 100 metros de via: 11 unidades.
O Alto de Pinheiro está na segunda posição no pódio de árvores por 100 metros de via na cidade de São Paulo: são 12 unidades. Tanta vegetação está distribuída pelas vias largas, cujos quarteirões são ocupados majoritariamente por casas, e pelas mais de dez praças distribuídas pela região.
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As mais importantes delas são a Pan Americana, a muito arborizada Conde Barcelos e a queridinha dos fins de tarde Praça do Pôr do Sol. Mas a estrela da companhia é um parque, o Villa-Lobos. São mais de 700 mil metros quadrados de área verde com bosque de Mata Atlântica nativa.
Em contraste com a região central do distrito, povoado pelo comércio popular e dominado por grandes galpões, os bairros santo-amarenses de Granja Julieta, Alto da Boa Vista e Chácara Flora são um oásis verde na zona sul paulistana.
Na Granja Julieta fica a Hípica de Santo Amaro e o Parque Severo Gomes, com bosque em meio à Mata Atlântica nativa. No Alto da Boa Vista está o Jardim Alfomares, uma área verde de 63 mil metros quadrados de Mata Atlântica remanescente, recentemente tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.
Alto da Boa Vista e Chácara Flora, inclusive, são os líderes na relação árvores por 100 metros de via na cidade de São Paulo: são 15 unidades. A soma desses bairros com Alto de Pinheiros e Jardins dá mais de 30 mil das cerca de 650 mil árvores de todo o município.
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Região nobre de São Paulo, o Morumbi concentra alto índice de arborização (são, na média, 10 árvores para cada 100 mil metros de via) em duas frentes: uma é a quantidade de mansões, casarões e casarões de alto padrão que investem em áreas verdes; outra é a quantidade de praças e parques.
A lista é ampla: além do jardim do Palácio dos Bandeirantes, há a Praça Felipe Cola Grossi, a Praça Rotary, a Praça Vinicius de Moraes, o Parque Alfredo Volpi, de 142 mil metros quadrados, e a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, cujo parque tem exemplares de jacarandás, sibipirunas, angicos, paus-ferro, paus-brasil, entre outros.
Em termos de presença de verde, Higienópolis é um contraste com a maior parte do centro paulistano. Só para efeito de comparação: a Sé é o bairro menos arborizado da cidade, com 1 árvore a cada 100 metros de via; enquanto Higienópolis, junto de
Santa Cecília e Vila Buarque, tem cerca de 10 unidades.
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O local queridinho dos moradores é o Parque Buenos Aires, com brinquedos para crianças, áreas ajardinadas e bosque heterogêneo.
Ao norte da cidade, o bairro faz fronteira com a Serra da Cantareira e tem uma das paisagens mais bonitas de toda São Paulo. Ele está próximo a um dos portões de entrada do Parque Estadual Cantareira, que permite acesso turístico: uma das atrações é a trilha do Mirante da Pedra Grande.
E o bairro também abriga o parque que lhe dá nome: do Horto Florestal. São 187 hectares de rica Mata Atlântica: há desde paus-brasil nativos a espécies exóticas de eucalipto.