Batizado devido sua posição geográfica, o bairro Bela Vista, localizado em uma região elevada e central de São Paulo, é um livro aberto da história da cidade. Isso porque seu desenho urbano é formado por ruas e casarões que permanecem muito próximos dos originais.
O distrito abriga o Morro dos Ingleses e o Bixiga, locais importantes para a capital paulistana e também para o Brasil. Veja a seguir alguns dos momentos mais emblemáticos da região.
O bairro Bela Vista São Paulo permeia o imaginário de muitos leitores. O local serve de ambientação para o livro “Anarquistas, Graças a Deus”, de Zélia Gattai, publicado em 1979, e que depois foi adaptado pela Rede Globo no formato de minissérie com o mesmo nome, dirigida por Walter Avancini e lançada em 1982.
Sua tradição literária também atinge os leitores mais jovens, já que a região também é introduzida como área para o desdobramento de dois populares livros infanto-juvenis: “O Mistério do Cinco Estrelas”, de Marcos Rey, e “O Covil dos Vampiros”, de Adriano Messias.
Publicidade
A região abriga a tradicional festa da Nossa Senhora da Achiropita, que acontece anualmente na Rua 13 de Maio. A celebração, que mistura a religião católica com as origens italianas do bairro, é uma tentação para os fãs de gastronomia.
A importância da Paróquia Nossa Senhora da Achiropita, contudo, vai muito além dos festejos. Ela é um marco na história do desenvolvimento do bairro: a partir da conclusão da sua construção, em 1926, demais empreendimentos se interessaram pelo entorno, o que acelerou seu crescimento.
Em Nova Iorque, a Avenida Broadway é famosa pelos seus teatros, que movimentam há décadas a cultura dos Estados Unidos. Em São Paulo, o bairro Bela Vista é, desde 1948, sua versão paulistana: é o polo cultural onde estão o Teatro Brasileiro de Comédia, na Rua Major Diogo, e outros palcos importantes, como o Ruth Escobar e o Bibi Ferreira.
Além da influência no teatro moderno brasileiro, os arredores também contribuíram para movimentos musicais importantes, já que a boemia também se instalou no local: um dos seus maiores símbolos, o sambista Adoniran Barbosa, se apaixonou pela região e a adotou como a sua moradia.
Publicidade
Além da vida noturna, o bairro Bela Vista ainda oferece inúmeras opções para quem busca por cultura e arte. Cresceu em importância sobretudo com a inauguração do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1968.
Em sua história mais recente, a região foi escolhida pelo governo japonês – assim como Londres, na Inglaterra, e Los Angeles, nos Estados Unidos – para receber a Japan House, inaugurada em 2017, com a intenção de promover uma série de atividades e acervos relacionados à cultura nipônica. E há mais muitas opções de lazer, arte e cultura, como o Sesc Paulista, Mirante 9 de julho, cinema bela vista, Instituto Moreira Sales e Itaú Cultural, todas às margens da avenida Paulista.
Ver comentários
O texto deve ter sido escrito há muito tempo. Sou morador há 30 anos e posso afirmar que o bairro está tremendamente degradado, assim como boa parte da região central da cidade. Moradores de rua e prédios abandonados com entradas concretadas são sua característica principal. Sem cabimento qualquer comparação com a Broadway.
Não moro em SP há oito anos, e é sempre bom ver boas notícias dessa nossa cidade maravilhosa.
Eustáquio
Por que vcs não falam nada sobre o empreendimento que está recuperando e revitalizando a área da antiga maternidade Matarazzo?