Um novo cenário está surgindo para o setor imobiliário, especialmente quando se trata de habitação popular. Ao longo dos últimos 4 anos, o Programa Casa Verde e Amarela, que tinha como propósito continuar atendendo à parcela menos favorecida da população, facilitando a aquisição da casa própria, foi, aos poucos, perdendo esse caráter social.
A inflação crescente trouxe reflexos negativos ao Programa, elevando os custos de materiais de construção e mão-de-obra e, assim, inviabilizando a produção de unidades voltadas ao público de menor poder aquisitivo.
De setembro/2021 a agosto/2022, houve alta de 11,2%, especialmente no preço de materiais como concreto e aço, forçando as incorporadoras a repassar esse aumento aos clientes e as obrigando a suspender os lançamentos de projetos mais populares.
Entretanto, ao que parece, novos rumos se apresentam ao mercado imobiliário a partir de 2023, trazendo esperança às famílias de renda menor, a base da nossa pirâmide populacional.
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Em janeiro, o presidente eleito assume o governo com a perspectiva de olhar mais atentamente aos menos abastados no que diz respeito à habitação popular. Pelo que já está sendo divulgado, a proposta é retomar o “Minha Casa, Minha Vida”, como mola propulsora de diversos setores da economia do País.
O Programa voltará a ter como público principal as famílias de baixa renda, disponibilizando diversos projetos de casas populares em todo o País e aquecendo, assim, vários setores da construção civil e do mercado imobiliário e, por consequência, de outras áreas fundamentais para a execução desses projetos.
Sabemos que essa é uma indústria que atua em harmonia com diversas outras e que pode aquecer a economia e gerar emprego e renda à população. São setores que operam em conjunto e interdependência. E quando um dos pontos dessa roda trava, o prejuízo se reflete em todos os demais. Por isso, quanto mais cedo as decisões forem tomadas, melhores e mais rápidos serão os resultados.
O retorno à produção de unidades destinadas à moradia das populações menos abastadas, assim como a reforma de prédios públicos e a inclusão de imóveis usados no Minha Casa, Minha Vida – uma bandeira antiga defendida pela categoria de corretores de imóveis – representa mais dinheiro injetado na geração de mão de obra, nas áreas de elétrica, hidráulica, arquitetura, engenharia, da indústria moveleira, dentre outras.
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É toda uma movimentação periférica cujo peso é essencial para o desenvolvimento econômico do País.
Dessa forma, vejo o retorno do Minha Casa, Minha Vida nesses moldes como algo muito positivo e de grande significado àqueles que vislumbram a compra da casa própria nos próximos anos, mas que ainda esbarram nas dificuldades diárias para a obtenção de financiamento.
E se houver queda na Selic, somada a uma escolha acertada do novo ministro da Economia, o governo poderá dar início a uma fase de bons ventos para o segmento. Taxas de juros menores, estabilidade política, pandemia sob controle… tudo isso somado poderá proporcionar a segurança que os investidores e compradores vêm esperando há muito tempo.
São, definitivamente, nossos votos para um feliz 2023!
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