Minha Casa Minha Vida & Programas Habitacionais

Convenção Secovi-SP 2023: mudanças no MCMV agradam mercado

Em painel da Convenção Secovi-SP 2023, representantes do setor debatem mudanças do programa/Crédito: Arquivo Secovi-SP
Breno Damascena
22-08-2023 - Tempo de leitura: 2 minutos

A Convenção Secovi-SP 2023, evento que reúne empresários e profissionais da área para tratar de temas do mercado imobiliário, entre outros temas, debateu nesta terça (22), as mudanças aprovadas, em julho deste ano, no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).  Em conversa com a vice-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal, Inês Magalhães, representantes do mercado imobiliário destacaram que a expectativa é que os incentivos criados pelo programa impulsionem o surgimento de novos empreendimentos.  

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) a expectativa positiva do mercado imobiliário deve ser atribuída à abertura de diálogo do governo com o setor. “Esse é um projeto construído a quatro mãos, resultado de um esforço conjunto”, afirma. “As construtoras e incorporadoras estão motivadas. O FGTS é o único funding (captação de recursos financeiros) estável que temos em nosso País.”

A visão é corroborada por Victor Almeida, diretor copresidente da Pacaembu Construtora. “Depois de dois anos de inflação e muitas instabilidades, estamos acompanhando um bom momento para a habitação”, diz. “Não só vamos ver novas habitações surgindo para as famílias das faixas 1, 2 e 3, como veremos elas se propagarem para outros cantos do Brasil”, complementa. 

MCMV repaginado

Antes da modificação, o limite máximo do subsídio concedido pelo Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) era de R$ 47,5 mil, e agora pode chegar a R$ 55 mil –  que pode ser acessado pelas faixas 1 e 2 do MCMV (até R$ 4.400 de renda familiar). “O aumento no subsídio é muito importante para possibilitar que mais famílias, principalmente as mais pobres, consigam arcar com o valor da entrada”, afirma Inês. Também se destaca o aumento no teto de renda para as famílias que se encaixam na faixa 1 (até R$ 2.640), faixa 2 (até R$ 4.400) e faixa 3 (R$ 8 mil) do programa.

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“O mercado brasileiro já estava preparado para oferecer os projetos adequados a esses públicos, mas ainda não tínhamos as condições ideais para isso. A partir de agora, um estoque de empreendimentos deve começar a ser disponibilizado”, diz Daniela Ferrari, diretora de Habitação Econômica do Secovi-SP. 

De acordo com Daniela, as novidades do MCMV, conciliadas com os estímulos urbanísticos da cidade de São Paulo e incentivos de crédito, podem proporcionar benefícios sociais. “Agora é possível que pessoas de várias faixas de renda morem em um mesmo prédio.”  

O resultado dessas mudanças, segundo ela, já podem ser vistos na procura pelo programa. “Desde o lançamento, percebemos aberturas maiores nas aprovações de simulação.”