À medida que grandes marcas hoteleiras consolidam sua presença no mercado imobiliário, os serviços atrelados aos imóveis se tornam grandes diferenciais competitivos.
As residências que oferecem serviços de hotelaria podem trazer conforto e conveniência, mas até que ponto isso compromete a ideia de um lar acolhedor e personalizado?
Fato é que manter os altos padrões das bandeiras hoteleiras em um ambiente residencial é um processo desafiador. Ana Beatriz Barbosa Pontes, sócia da Perez e Barros Advogados, destaca que, além de manter os padrões da bandeira sem a estrutura completa que um hotel proporciona, podemos considerar as constantes necessidades de atualizações e modernizações – exigidas pelo desenvolvimento tecnológico – e a concorrência.
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O mercado é cada vez mais competitivo, com grandes redes conhecidas mundialmente, como Radisson, Faena e Fasano, enfrentando a entrada de marcas que buscam oferecer os benefícios da hospedagem por meio de serviços terceirizados, como Charlie, Housi/360º e Yuca.
“A utilização de serviços terceirizados, como ofertados no modelo Charlie, leva as bandeiras a terem que igualar ou superar os serviços oferecidos por estruturas mini-malls. As bandeiras costumam assumir o risco da operação e da contratação de funcionários, enquanto a operação estilo Charlie deixa tal contingência com os prestadores de serviço/comerciantes específicos”, me disse a Ana Beatriz.
A competição com plataformas de aluguel de curta duração, como o Airbnb, é intensa. As marcas hoteleiras precisam oferecer serviços essenciais e funcionais para atrair consumidores para seus flats e residenciais com serviços.
Uma dúvida que pode surgir aos consumidores e investidores deste mercado é quanto à aquisição dessas propriedades com serviços. Ana Beatriz explica que “a compra direta oferece flexibilidade de uso, enquanto o modelo multifamily agrega serviços como arrumação e room service pay-per-use.”
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Ela aponta que essa combinação de serviços não é nova, mas uma revitalização de tendências antigas. “A pandemia e o aumento do trabalho híbrido reforçaram essa tendência”, afirma.
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Locações de curta duração podem alterar a dinâmica condominial e urbanística. No entanto, “projetos planejados desde o início para locações de curta duração são os que menos causam intervenções não planejadas”, destaca Ana Beatriz.
Embora reservas de curtíssima temporada muitas vezes dispensem corretores, a comercialização de residenciais com serviços ainda depende de intermediação especializada.
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A regulamentação das locações de curta duração é crucial. “Convenções que prevejam utilização exclusiva residencial podem restringir o uso de plataformas como o Airbnb”, afirma Ana, algo a ser analisado por quem investe nesta modalidade de negócios imobiliários.
A entrada de grandes marcas hoteleiras no mercado imobiliário não é apenas uma tendência operacional, mas também uma estratégia de marketing. A associação com marcas de luxo atrai um público específico, valorizando o empreendimento e diferenciando-o da concorrência.
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Investir em serviços exclusivos, assim como em uma experiência de moradia de alto padrão, pode ser um grande atrativo para consumidores que buscam mais que apenas um lugar para morar, mas uma experiência completa de conforto e status, além de poder sentir-se em um hotel, todo seu
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