Ao andar por algumas regiões de Miami, é comum ver um número cada vez maior de projetos de luxo, alguns de grandes grifes mundiais e outros de corporações internacionais. Mas pouca gente sabe que por trás de vários deles estão desenvolvedores brasileiros, profissionais ligados às construtoras americanas que são responsáveis por todo o ciclo de estruturação desses projetos.
O que chama a atenção do mercado imobiliário de luxo americano são as características e qualidades diferenciadas desses profissionais que se traduzem em projetos preocupados em apresentar nos imóveis um alto nível de detalhe e acabamento, bem superior ao padrão americano.
Em 2010, por exemplo, Miami inaugurou o condomínio Regalia em Sunny Isles Beach, que foi o primeiro empreendimento com apartamentos de apenas uma unidade por andar – algo comum no Brasil. O projeto foi liderado pelo developer Gilberto Bomeny. Inicialmente, houve dificuldades em sua implantação: o prédio é todo de vidro e foi construído na água, o que acabou assustando os americanos, até então acostumados a outro tipo de construção, com menos inovação.
Bomeny também esteve envolvido no One Thousand Museum Miami, projeto arquitetônico premiado internacionalmente e que tem moradores ilustres, como o ex-jogador David Beckham.
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Outros empreendimentos de destaque que contam com o trabalho de developers brasileiros são o Boca Beach House Residences e o renomado St.Regis Residences Miami, ambos da Integra Investments, que tem o brasileiro Nelson Stabile como um dos sócios.
Além disso, houve movimentos mais recentes, como a chegada do grupo JHSF, que irá construir o Fasano Miami Beach e o empresário Isaac Peres, fundador do Grupo Multiplan, com o 57 Ocean Miami Beach, que recentemente adquiriu um terreno de 3,6 mil metros quadrados em Surfside para erguer um empreendimento de luxo cujo VGV é estimado na casa dos US$ 500 milhões. Uma unidade não deve custar menos de US$10 milhões.
O que torna esses empreendimentos um sucesso é um conjunto de fatores: a escolha do melhor arquiteto, o sofisticado design de interiores, a melhor localização, o alto nível de serviço e o acabamento, além de um marketing internacional. Quando você junta tudo isso, os projetos se diferenciam.
Os developers brasileiros estão chegando a Miami e se envolvendo em obras que vão de US$ 50 milhões a US$ 500 milhões de dólares, somas bem relevantes para a região.
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Porém, nem tudo são flores. O mercado imobiliário de luxo nessa parte dos Estados Unidos não é para amadores. Se o developer não tiver uma sustentação financeira sólida, pode quebrar, pois o risco é bem maior, já que são itens de alto custo para empreendimentos focados num público muito exigente.
Em Miami, há escassez de terra, o que torna o local valorizado e chama a atenção de empresas que querem construir empreendimentos de alto valor. Atualmente há pelo menos 50 construtoras concorrendo entre si.
A vinda dos developers brasileiros para Miami vai ajudar a internacionalizar as companhias brasileiras que sonham em colocar um pé para fora do país. E para o mercado de real estate americano, será um passo importante para sua evolução.