OPINIÃO: Retrofit é a chave para o futuro do imobiliário e das cidades
Elisa Rosenthal é diretora-presidente do Instituto Mulheres no Imobiliário

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O retrofit surge como uma estratégia eficaz para promover a modernização de construções antigas e obsoletas, sem comprometer suas características originais. É uma resposta possível para a revitalização dos centros urbanos brasileiros, que hoje enfrentam desafios significativos, como a degradação e ociosidade de edifícios históricos e a necessidade de soluções sustentáveis.
A prática combina sustentabilidade e valorização imobiliária, sem se desalinhar das demandas contemporâneas. Afinal, a modernização sustentável de edificações é crucial para atingir metas globais de redução de carbono.
Segundo o relatório Navigating Sustainable Retrofit in Real Estate, publicado pelo Barclays e pela consultoria Baringa, 80% dos edifícios que existirão em 2050 já estão construídos hoje. Portanto, adaptar essas estruturas aos padrões atuais de eficiência energética é essencial para diminuir a pegada de carbono do setor imobiliário.
O retrofit reduz a necessidade de novas construções, economizando recursos naturais e minimizando resíduos, além de permitir a implementação de tecnologias mais avançadas.
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No Brasil, o retrofit tem ganhado impulso graças a iniciativas governamentais e incentivos financeiros. A Caixa Econômica Federal lançou recentemente uma linha de crédito específica para projetos de retrofit, facilitando o financiamento tanto da aquisição do imóvel quanto das obras necessárias.
Uma vantagem significativa dessa linha de crédito é a possibilidade de antecipação de até 50% do valor financiado, tornando viáveis projetos de grande porte.
Além disso, programas municipais, como o Requalifica Centro em São Paulo, oferecem incentivos fiscais e regulamentares para estimular a requalificação de prédios antigos.
Essas iniciativas buscam revitalizar áreas centrais, promovendo a ocupação desses espaços e atraindo novos moradores e empreendimentos.Edifícios obsoletos são transformados em espaços modernos e funcionais, como residências, escritórios e estabelecimentos comerciais, tornando os centros urbanos mais atrativos e vibrantes.
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Entre alguns exemplos práticos deste movimento se destacam o Basílio 177, o Edifício Virgínia e o Edifício Renata.
Portanto, é notório que o retrofit contribui para a preservação do patrimônio arquitetônico e cultural das cidades, reduz a vacância imobiliária, melhora a segurança e dinamiza a economia local.
Apesar dos desafios técnicos e burocráticos, as oportunidades de valorização, sustentabilidade e rentabilidade tornam essa prática uma estratégia altamente atrativa para incorporadoras, construtoras e investidores.
É uma tendência que reflete a nova abordagem no desenvolvimento urbano: menos desperdício, mais eficiência e melhor aproveitamento das estruturas existentes. Com o apoio de iniciativas como as linhas de crédito da Caixa e programas municipais de revitalização, o retrofit se consolida como um pilar fundamental para o futuro das cidades brasileiras.
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