OPINIÃO: Mais jovens e com novas prioridades serão a cara do mercado imobiliário
Marcelo Dadian é VP de Relações Institucionais do Grupo OLX

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O que esperar do mercado imobiliário em 2025? Perguntas desse tipo provocam inúmeras previsões, com respostas para todos os gostos. Para que não fiquemos no mero “palpite”, vale a pena conhecer o que algumas pesquisas recentes têm indicado para o setor nos próximos meses.
A primeira delas é a Emerging Trends in Real Estate 2025, elaborada pela PwC e pelo Urban Land Institute (ULI). Segundo esse relatório, 2025 será um ano de estabilização do mercado imobiliário.
Por um conjunto de fatores, dentre os quais a queda da taxa de juros a patamares historicamente baixos, a pandemia coincidiu com um crescimento espetacular do setor no Brasil. Passado o vendaval disruptivo de 2020-2021, com os anos posteriores servindo para a consolidação de novas preferências do consumidor, o mercado parece finalmente voltar ao seu ritmo normal.
A PwC e o ULI destacam que esse “novo normal” tem menos uso de espaços comerciais, haja vista a proliferação do trabalho híbrido. O tipo de casa ou apartamento buscado pelas famílias também mudou, privilegiando bairros menos densos e imóveis mais espaçosos, com cômodos para escritórios, por exemplo.
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Os bairros também estão mudando, porque gente que passa mais tempo em casa e demanda uma rede melhor de comércios e serviços.
Para quem não consegue bancar imóveis mais amplos – que, afinal, seguem muito valorizados – há uma aposta nas moradias menores e nos projetos de retrofit, sobretudo em edifícios de uso misto em regiões centrais, privilegiando a comodidade gerada por essa coexistência entre moradia e serviços.
Mirando o longo prazo, o relatório aponta que as mudanças climáticas terão peso crescente, sobretudo para o fator localização: a maior frequência de eventos climáticos extremos deve encarecer o custo de vida em certas regiões, ampliar gastos com o seguro imobiliário e desvalorizar os bairros mais afetados. No limite, a construção de novos empreendimentos pode ficar simplesmente inviável a depender do local.
Em 2025 veremos também uma nova geração se consolidar como principal compradora de imóveis: a Geração X, formada por quem nasceu entre 1965 e 1984. É a aposta da Sotheby’s International Realty em seu relatório Luxury Outlook 2025. À medida que a gen X alcança seu auge profissional, ocorre uma transferência de renda dos baby boomers (nascidos entre 1928 e 1964) para esse grupo etário mais jovem, que já representa 24% dos compradores de imóveis.
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Mais adepta do home office, essa geração tem demonstrado interesse maior por imóveis com metragens maiores dedicadas à cozinha ou à sala de estar, por exemplo, do que aos quartos. No mercado de luxo, foco principal do relatório da Sotheby’s, a gen X também busca uma vantagem fiscal: imóveis são vistos como estratégia de proteção do patrimônio contra a instabilidade do mercado de capitais.
Por fim, vale destacar alguns resultados da pesquisa Tendências de Moradia, divulgada no final do ano passado pelo DataZAP, braço de inteligência e dados do grupo OLX. Ela confirma que movimentos globais apontados pelos dois relatórios mencionados acima também se manifestam em nosso país.
Por exemplo, 53% dos brasileiros que haviam comprado ou pretendiam comprar imóveis nos 12 meses anteriores à pesquisa pertenciam, justamente, à geração X.
As mudanças comportamentais trazidas pelo trabalho remoto também aparecem no levantamento do DataZAP. Itens como academia, minimercado, mensageria e espaço pet, todos atrelados a um cotidiano marcado pelo home office, vêm ganhando relevância. Eles já são tidos como indispensáveis por cerca de um terço dos compradores de imóveis. Aliás, dentre os brasileiros que podem trabalhar total ou parcialmente de casa, 59% valorizam um espaço específico para escritório.
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Crescimento econômico estável, compradores mais jovens, desejo de mais comodidade e preocupação com o trabalho remoto: a julgar pelos dados trazidos por algumas das principais pesquisas do setor, esse é o panorama que devemos encontrar no mercado imobiliário para 2025.
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