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[OPINIÃO] Do canteiro à automação: o salto que a construção precisava

Tarcis Antunes é diretor executivo industrial do Grupo SteelCorp

Por:Tarcis Antunes 12/10/2025 2 minutos de leitura
"Além de trazer ganhos operacionais, a Indústria 4.0 também responde a um movimento global de industrialização inteligente" / Crédito: Anusorn/AdobeStock

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A transformação digital deixou de ser promessa para a indústria e passou a ser exigência estratégica. No setor da construção, esse movimento é ainda mais urgente, pois está diretamente ligado à capacidade de entregar projetos com mais eficiência, menos desperdício e maior previsibilidade.

A chamada Indústria 4.0, que integra automação avançada, manufatura enxuta e inteligência de processos, já não é mais um conceito distante, mas uma realidade que molda a forma como planejamos, produzimos e entregamos edificações.

O Brasil tem avançado significativamente nesse sentido. Segundo dados da FGV Ibre, cerca de 64,5% dos processos construtivos no país utilizam métodos off-site, sendo o setor residencial o principal beneficiado, com 50,8% das obras adotando a abordagem. Essa mudança não ocorre por acaso: ela é impulsionada por demandas de mercado cada vez mais complexas, que exigem produtividade escalável, prazos reduzidos e, ao mesmo tempo, alta precisão técnica.

Além de trazer ganhos operacionais, a Indústria 4.0 também responde a um movimento global de industrialização inteligente. O mercado brasileiro de edificações pré-fabricadas deve atingir US$ 3,43 bilhões em 2025, com expectativa de alcançar US$ 4,49 bilhões até 2030, registrando um crescimento médio anual (CAGR) de 5,5%.

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No segmento de construção modular, a tendência é ainda mais acelerada, com projeção de salto de US$ 622,8 milhões em 2024 para US$ 898,3 milhões em 2030, um CAGR de 6,3%.

Tal crescimento não está apenas no campo financeiro. Ele representa uma mudança de mentalidade: deixar para trás processos tradicionais marcados por improviso, retrabalho e desperdício, e adotar uma lógica em que cada etapa é planejada, monitorada e integrada.

Tecnologias como linhas automatizadas, máquinas de alta precisão, veículos autônomos de transporte e sistemas de gestão em tempo real são exemplos de como a automação não substitui o humano, mas potencializa sua capacidade de inovar e decidir estrategicamente.

A indústria da construção no Brasil tem a oportunidade histórica de consolidar um novo padrão produtivo, alinhado às melhores práticas globais. Para isso, é essencial que empresas, profissionais e governos compreendam que a adoção de tecnologias de Indústria 4.0 não é um luxo ou um diferencial competitivo restrito a poucos, mas a chave para tornar o país mais competitivo, sustentável e preparado para as próximas décadas.

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