O valor do aluguel em São Paulo de novos contratos registrou aumento de 3,16% em 2021, comparado com o ano anterior, que teve desvalorização de 5,44% nos preços, segundo dados do Índice QuintoAndar de Aluguel.
O preço do metro quadrado subiu 1,58% em comparação com novembro, atingindo R$ 36,55/m² – o quinto mês de alta consecutiva, em São Paulo.
A pesquisa ainda mostra que mesmo com aumento do aluguel – quando comparado aos preços negociados antes da pandemia – preço do aluguel está 6,4% abaixo do observado no mesmo período.
Com a retomada das atividades econômicas na maior cidade do Brasil e a volta do trabalho presencial, a procura por studios e apartamentos de um quarto voltou a crescer.
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Em dezembro, o preço médio do metro quadrado avançou 1,69% em comparação a novembro, atingindo R$ 45,63/m2. Foi o quinto mês seguido de alta, o que não acontecia desde 2019, início da série histórica do Índice. Apesar disso, o preço do aluguel por esse tipo de imóvel ainda está 13,2% abaixo do registrado em março de 2020 (R$ 52,58/m2).
Por outro lado, a demanda por imóveis maiores se mantém aquecida em São Paulo, conforme explica Bruno Rossini, Diretor de Comunicação do QuintoAndar.
Segundo o executivo, o valor do aluguel dos imóveis de dois ou três quartos já se encontra acima do preço registrado antes da pandemia de Covid-19 no País, em março de 2020.
“Desde o início da pandemia, observamos o aumento de buscas por imóveis com mais espaço, afastados dos centros e em bairros com oferta diversificada de serviços. As regiões mais procuradas têm essas características: ampla oferta de comércio e fácil acesso ao transporte”, explica.
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O Índice aponta bairros da zona leste paulistana como os que mais valorizaram em 2021. Para Rossini, exemplos como Jardim Anália Franco e Tatuapé são bairros com preço do metro quadrado mais baixo do que em regiões consideradas ‘quentes’ da capital, como Vila Olímpia e Pinheiros.
Na contramão, os bairros que mais desvalorizaram na comparação a 2020 estão distribuídos entre as zonas sul e oeste da cidade, alguns na proximidade do centro expandido. O bairro de Santo Amaro, na região sul, viu o preço do metro quadrado recuar 16,1% – o pior resultado em São Paulo. Já o centro e a Vila Nova Conceição registraram desvalorização na ordem de 14,1% e 13,1% em 2021, respectivamente.
Bruno explica que os bairros observados no Índice como mais desvalorizados são habitualmente reconhecidos pelos preços elevados e imóveis no formato studio – justamente fatores que boa parte das pessoas abriu mão durante o período de isolamento social.
“São bairros mais próximos dos centros empresariais, muitos destes em regime de trabalho remoto ou híbrido, o que impacta a demanda da região e, consequentemente, impacta o preço do aluguel e de compra”, diz.
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O Índice QuintoAndar de Aluguel mostra ainda que a capital fluminense apresenta recuperação no valor do aluguel, com ganhos no ano passado suficientes para eliminar as perdas registradas durante o ápice da pandemia de Covid-19. Em 2020, os preços desvalorizaram 2% no Rio.
Os bairros que mais valorizaram em 2021 estão localizados majoritariamente na zona oeste. Dos dez bairros contemplados no levantamento, sete estão localizados nesta região.
O principal é o Recreio, com 23,4% de valorização no ano pelo surgimento de novos empreendimentos imobiliários, assim como a região do Jardim Oceânico e a Barra da Tijuca, com 19,9% e 18,2% de valorização, respectivamente.
Por outro lado, os bairros que mais desvalorizaram, em comparação com 2020, estão distribuídos nas zonas sul, norte e central da cidade.
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O bairro de Santa Tereza, na região sul, viu o preço do metro quadrado recuar 15,1% em um ano – pior resultado. Centro e Laranjeiras registraram desvalorização na ordem de 9,1% e 5,3%, respectivamente.
Com a Selic em 9,25% ao ano, investir em imóveis ficou menos atrativo, já que em momentos de crise, pode-se ficar um longo tempo sem locatário, o que pode criar um alerta e insegurança para novos investimentos no setor. Para Bruno, a aquisição de um imóvel varia muito de acordo com o objetivo de cada investidor ou interessado na casa própria, mas o ideal é sempre pesquisar e conhecer a fundo o mercado para investir de forma assertiva.