Paulistano paga poda de árvore para ter mais agilidade
Com lei que autoriza terceirização de serviço de remoção, moradores de SP fazem demandas particulares serem o dobro das municipais desde fevereiro; especialistas apontam prós e contras
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Após o prefeito Bruno Covas sancionar, em janeiro, lei que permite a terceirização da poda ou a remoção de árvores em áreas particulares em São Paulo, como quintais e jardins, e também a calçada do entorno da residência, empresas especializadas em manejo arbóreo viram a atividade crescer. Se antes os moradores ficavam reféns do ritmo dos serviços municipais, agora, munidos de laudo emitido por profissionais credenciados (como exigido pela nova lei), eles podem contratar o serviço e realizá-lo.
De acordo com a Prefeitura, entre 17 de fevereiro e 1⁰ de julho, foram 472 execuções de poda ou remoção emergencial com envio de laudo próprio em áreas particulares (os dados são de áreas internas, sem as calçadas), representando 62% do total do período. Esses serviços foram realizados por terceiros e comunicados às subprefeituras, como permite a lei. Do outro lado, a Prefeitura recebeu 235 pedidos de emissão de laudo municipal – um número bem inferior ao universo de moradores que viram na terceirização do serviço um ganho de agilidade.
Engenheiro florestal e sócio da TecPodas, Rodolpho Schmidt afirma que, de fato, houve aumento na contratação para corte ou poda de árvores desde que a lei foi modificada. O principal motivo, no entanto, é a redução de custos. “Era muito caro o trâmite burocrático para a obtenção da autorização, o que, somado aos custos da execução, inviabilizava o serviço para a maioria dos clientes.”
Na longa espera pela execução por parte do município, a maioria optava pelos riscos da poda clandestina ou esperava que a natureza cuidasse do problema, deixando os galhos e até mesmo as árvores caírem. Há ainda o desejo recorrente de fazer remoções desnecessárias.
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“Existem muitos clientes que querem tirar a árvore por se incomodarem com a simples ‘sujeira’ decorrente da queda de folhas ou por alegarem que a árvore atrapalha a visualização de seus estabelecimentos comerciais”, conta o engenheiro, que nesses casos recomenda somente uma poda de limpeza.
Em qualquer das situações, a nova lei tem auxiliado na solução. “Nossos engenheiros fazem um laudo baseado na saúde da árvore e na sua localização, avaliando o risco representado em relação à segurança humana”, diz Schmidt. Depois de autorizado, o serviço é executado por um podador arborista, que tem os conhecimentos necessários para não comprometer a arquitetura da árvore e é capacitado para trabalhar com ferramentas de escalada, equipamentos de elevação e motosserra.
Outro ponto que gera demanda, diz o engenheiro, é a acessibilidade de pedestres ou veículos. Nos casos em que a árvore precisa ser removida por ter crescido em lugar inadequado, muito perto de um muro ou em uma passagem estreita, a empresa realiza o plantio de novo exemplar em local próximo e mais apropriado.
Fazer a destinação correta dos resíduos gerados também entra no pacote. No caso da TecPodas, são encaminhados para um pátio licenciado e credenciado no projeto MadeiraUrbana, plataforma digital que rastreia a destinação dos resíduos de processos autorizados de poda e remoção.
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Profissional habilitado ajuda a evitar danos
Para a bióloga e doutora em botânica Maria Rosa Vargas, solicitar o laudo a especialistas habilitados, como biólogos, engenheiros florestais ou agrônomos com registro profissional para gerar uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), ajuda a evitar a retirada desnecessária ou danos irreversíveis.
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