Uma mulher branca de 52 anos de idade, graduada, com filhos, que trabalha de forma autônoma e pertencente à classe B. Este é o perfil padrão da corretora de imóveis no Brasil, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo DataZAP. O estudo, que mapeou a participação feminina no mercado imobiliário nacional, aponta que o tempo médio ao qual elas se dedicam à ocupação é de 10 anos.
O levantamento mostra que mais de metade (59%) das mulheres que atuam como corretoras de imóveis fazem parte da geração X (nasceram entre 1965 e 1980). A média das respondentes tem 52 anos.
“Esses dois parâmetros (idade média das corretoras e tempo de ocupação) nos mostram uma possível migração de carreira, recolocação ou mesmo possibilidade de aumento de renda”, analisa Gabriela Domingos, especialista em Inteligência de Mercado no Grupo OLX.
A maioria delas tem filhos (74%), está casada (55%) e faz parte da classe B (51%). A média salarial das mulheres que responderam o estudo é R$ 7.485,69.
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Observa-se, também, que é mais comum que elas atuem apenas como corretoras. Segundo o estudo, 76% delas seguem apenas esta profissão. “Em 2023, tivemos 75% das entrevistadas dizendo que atuavam apenas como corretoras. Neste caso, não podemos falar em uma mudança de cenário”, aponta Domingos.
Outro ponto impactante é a falta de diversidade étnica entre as corretoras. A maior parte (70%) se declara cor ou raça branca, enquanto 18% se diz parda. Pessoas pretas são apenas 5% das respondentes e 4% são amarelas. Além disso, 82% das mulheres afirmam ter ensino superior completo. Entre elas, uma parcela de quase 30% afirmou ter feito pós graduação, seja especialização ou MBA.
Chama atenção que a maioria das corretoras entrevistadas afirma ter escolhido a ocupação por conta da flexibilidade (56%), seguida pelo interesse pela profissão (52%) e pela independência (50%). O retorno financeiro é apenas o quarto item de motivação, com 45% das respostas.
“Apesar de aparecer na quarta posição, não é estatisticamente significativa a diferença percentual entre os quatro primeiros motivos elencados, ou seja, não existe divergência real”, contrapõe Domingos. “Porém, comparado ao ano passado, em que 21% das entrevistadas indicaram ser motivadas pela flexibilidade, temos aumento expressivo da associação da carreira à maleabilidade da agenda de corretora de imóveis”, sugere.
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Apresentado durante o Conecta Imobi 2024, o Raio-X da Corretora de Imóveis também reflete uma transformação do setor nos últimos anos com o papel da tecnologia. As principais ferramentas utilizadas por elas são o WhatsApp (80%), anúncios pagos (67%) e Instagram (62%).
“Além disso, observamos um importante movimento em relação a forma como as entrevistadas enxergam a ocupação de cargos de liderança. A maior parte delas tem a percepção de que os cargos de liderança são ocupados igualmente entre mulheres e homens. Apesar do setor ser majoritariamente masculino, essa visão impacta mulheres que atuam na área e impulsiona a ideia de que elas podem ocupar cargos mais altos”, acrescenta.