De proprietário a inquilino do próprio imóvel, essa é a ideia do programa desenvolvido pela proptech Rooftop. Por meio do programa InCasa, é possível vender o bem recebendo o valor dele à vista e recomprá-lo em até dois anos. O projeto tem como foco atender famílias que enfrentam problemas financeiros ou que precisam de liquidez rápida.
No InCasa, a Rooftop compra a residência do cliente, mesmo que o imóvel esteja financiado. Já durante a assinatura do contrato, o valor do aluguel e o valor da recompra futura, que pode ser realizada em até dois anos, são definidos. Para determinar os valores, a empresa considera os dados imobiliários da região, como transações registradas em cartório e anúncios em sites de intermediação.
“Temos substrato para fazer uma avaliação imobiliária assertiva. Olhamos fatores como oferta e demanda e utilizamos tecnologia nesse processo”, afirma Daniel Gava, fundador e CEO da Rooftop. Desta forma, o preço pago pelo imóvel é de 80% do valor presumido. O valor assegurado para a recompra é de 100%. O morador, entretanto, não é obrigado a realizar essa recompra.
Ou seja, se o imóvel custa R$ 1 milhão, o proprietário irá vendê-lo por R$ 800 mil e poderá alugá-lo pelo valor definido na contratação – tradicionalmente 0,5% sobre o valor da avaliação. Após esse período de locação, o ex-proprietário ou qualquer pessoa pode adquirir o imóvel pelo preço integral: R$ 1 milhão. A valorização e a inflação não são consideradas nesse cálculo final.
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Porém, caso o morador decida não realizar a compra ou mesmo que surja um outro interessado que pague mais do que o combinado no contrato, o ex-proprietário recebe essa diferença. “Se ele não conseguir ou não quiser recomprar seu imóvel pelo preço integral, ele pode tentar vendê-lo e lucrar em cima. Nós ajudamos a preparar o anúncio para as plataformas digitais”, diz Gava.
Desde que foi inaugurado, em 2021, o programa InCasa atendeu cerca de 150 clientes. De acordo com a Rooftop, 70% delas compraram seus imóveis de volta. Para conseguir participar do programa, é necessário ter um imóvel avaliado em mais de R$ 500 mil, localizado em quaisquer das capitais do Brasil ou em cidades acima de 200 mil habitantes nas regiões Sul, Sudeste ou Nordeste.
“A principal linha do nosso negócio é participar da gestão financeira do mercado residencial”, resume Gava. “Ajudamos o público que teve uma diminuição de renda ou tem um financiamento ou empréstimo atrelado a algum índice ruim. Aí já citamos o empréstimo e estabelecemos um valor adequado ao mercado atual”, acrescenta. A perspectiva é que no futuro a tecnologia torne o processo mais fragmentado.
O próximo passo no projeto da Rooftop é adquirir apenas uma fração do imóvele dos clientes. Gava diz que entre agosto e setembro deste ano, a startup planeja dar início a um programa de tokenização imobiliária. “A proposta é oferecer uma solução para que o cliente consiga resolver um problema financeiro sem precisar oferecer 100% do imóvel como garantia para isso.”
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