A Cyrela Brazil Realty, do bilionário Elie Horn, criou uma gestora própria, a Cy Capital, para fazer investimentos no mercado imobiliário que vão além do setor de incorporação residencial e são intensivos em capital.
A ideia é aproveitar oportunidades interessantes que passam pelos olhos da direção da Cyrela, mas que ficam de fora dos aportes porque não fazem parte de seu escopo principal, que é construir imóveis residenciais para venda.
A Cyrela é a sócia majoritária da gestora, que conta com outros três sócios minoritários: Bruno Ackermann (ex Cyrela, Syn, Barzel e Brookfield), Danny Gampel (ex Itaú, Barigui e TRX), Gustavo Rassi (ex Cyrela e com experiência em private equity). A ideia é atrair outros sócios no futuro, à medida em que os fundos sejam estruturados.
A Cy Capital já tem dois fundos em andamento e se aproxima de meio bilhão de reais sob gestão. O primeiro será dedicado ao desenvolvimento de galpões logísticos. Na etapa inicial, o fundo busca captar R$ 270 milhões e fazer uma emissão de dívida de R$ 230 milhões. A oferta é restrita a investidores profissionais (com ao menos R$ 10 milhões em patrimônio), na maioria família e amigos da casa.
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O dinheiro será usado na compra de terrenos e na construção de galpões em um raio de até 30 quilômetros da capital paulista – onde há maior demanda das empresas de comércio eletrônico, que miram entregas rápidas de mercadorias.
A tese de investimento leva em consideração que o comércio eletrônico vai entrar em uma fase de acomodação, após anos de crescimento acelerado. A prioridade, portanto, será atuar apenas nos endereços mais visados pelas empresas: os primeiros projetos serão em Guarulhos, Embu e na própria cidade de São Paulo, totalizando 200 mil metros quadrados de área bruta locável.
O segundo fundo da Cy Capital será dividido entre a aplicação em crédito (80%) e participação em empresas ou projetos (20%). Já foram captados R$ 60 milhões para aquisição de um certificado de recebíveis imobiliários (CRIs) e outros R$ 200 milhões estão em fase de captação.
No caso das participações, há preferência pelo setor imobiliário – que está no DNA dos sócios – mas há disposição em analisar aplicações que não envolvam apenas o universo dos tijolos.
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Não será a primeira tacada da Cyrela fora da incorporação residencial. A companhia já deu à luz a Syn, especializada em prédios corporativos e shoppings. Essa empresa nasceu com o nome de Cyrela Commercial Properties e depois mudou o nome para CCP antes de virar Syn. Em 2007, ela passou pelo spin-off (cisão) e se tornou uma empresa independente, com capital aberto na Bolsa.
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Esta nota foi publicada em: https://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/gestora-para-investir-alem-da-incorporacao-residencial/