São Paulo

Platina 220: quanto custa viver no prédio mais alto de São Paulo?

Prédio fica na região do Tatuapé e simboliza movimento de verticalização do bairro/ Crédito: Getty Images
Leon Ferrari, O Estado de S.Paulo
23-08-2022 - Tempo de leitura: 3 minutos

Todas as unidades do Edifício Platina 220, no Tatuapé, maior prédio de São Paulo, já estão vendidas, conforme a incorporadora Porte Engenharia e Urbanismo. Agora, a edificação está na fase de entrega, que será marcada por uma série de eventos entre a última semana de agosto e a primeira de setembro. Mas quanto custa adquirir um espaço nos 172 metros da edificação?

Conforme a tabela de valores de agosto da incorporadora, os apartamentos residenciais estão em uma faixa de preço de R$ 689.236,90 a R$ 707.883,35. Os quartos de hotel, entre R$ 434.978,65 e R$ 1.127.260,86. As salas comerciais, de R$ 778.896,28 a R$ 883.670,05. As lajes corporativas, R$ 5.875.000 até R$ 11.750.000. A variação ocorre em relação à metragem e à altura.

A caminho da zona leste de São Paulo, é impossível ignorar a torre única do Platina 220. Tudo nela é superlativo. Cinquenta pavimentos, contando andares técnicos e três subsolos. De terreno, são 6,4 mil m² e 57 mil m² de área construída. Além disso, um total de 3,9 mil toneladas de aço e 32,3 mil m³ de concreto.

O edifício faz parte de um projeto maior, chamado Eixo Platina, comandado pela incorporadora Porte Engenharia e Urbanismo, que trabalha numa área que engloba Tatuapé, Belém, Vila Carrão, Vila Formosa, Água Rasa e Mooca.

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O polo urbanístico é paralelo à Radial Leste, fica entre as estações do Metrô Belém, Tatuapé e Carrão, e tem como base a Rua Platina. No total, a 1ª fase do projeto inclui seis prédios.

Uso misto do Platina 220

O Platina 220 não é um edifício corporativo, nem residencial ou hotel, mas promete ser tudo isso ao mesmo tempo. É dividido em quatro tipos de unidades: apartamentos compactos, quartos de hotel, salas comerciais (offices) e lajes corporativas.

No térreo, além das 19 lojas, ficam quatro entradas e cada uma terá uma portaria. Já no subsolo, onde ficam mais de 500 vagas de garagem, as caixas de elevador são divididas por uso e sinalizadas pelas cores na parede. Verde para o residencial; laranja, hotel; e cinza, corporativo e offices. Também há dois elevadores de transferência (transfers), que levam o visitante até o térreo.

O residencial e o hotel dividem do 1º ao 10º andar. Os 190 quartos do hotel, de 19 m2 a 49 m2, em corredores em formato de “U”, ficam à direita; já os 80 apartamentos compactos, de 35 m² e 57 m², à esquerda.

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Do 12º ao 23º andar, ficam 195 salas comerciais, com unidades de 26 m² a 49 m². Elas serão ocupadas por escritórios menores ou consultórios médicos, por exemplo. Mais perto das nuvens, entre os andares de número 25 e 46, ficam as lajes corporativas.

Serão duas por andar, somando 50 no total. Elas têm metragens de 250 m² a 500 m². O 47º pavimento é técnico, que abriga instalações elétricas e hidráulicas. Acima dele, fica a laje de cobertura. Daquela altura é possível ter uma visão 360º de São Paulo. Alguns prédios, que do chão parecem gigantes, ficam pequenos.

Nova fase da verticalização do Tatuapé

Entre os moradores da região, o prédio que ocupa o número 220 da Rua Bom Sucesso, próximo ao Metrô e ao Shopping Tatuapé, provoca admiração e esperança de mais protagonismo para o bairro, mas também preocupações sobre encarecimento da região e complicações no trânsito.

Urbanistas ouvidos pelo Estadão afirmam que o maior prédio da cidade estar na zona leste – fora do centro expandido e do chamado quadrante sudoeste – é “simbólico”. Para eles, existe a possibilidade de uma “nova centralidade terciária”. Por outro lado, levantam preocupações sobre um possível apagamento da memória do bairro e êxodo da população mais pobre com a valorização imobiliária.

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Essa reportagem foi publicada anteriormente em:
https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,quanto-custa-morar-edificio-maior-predio-sp-nprm,70004134423