Guia de Bairros

A beleza e os sabores do Mercado da Lapa

Barraca de queijos no Mercado Municipal da Lapa, na zona oeste/ Crédito: Clayton de Souza/Estadão
Da Redação
25-03-2020 - Tempo de leitura: 2 minutos

Uma construção enorme, de quase cinco mil metros quadrados, localizado em meio a um dos polos comerciais mais pujantes da zona oeste, abriga o segundo maior mercadão municipal de São Paulo em termos de área ocupada. A poucos metros da sempre movimentada rua Doze de Outubro, do Terminal de Ônibus Lapa e das duas estações Lapa da CPTM (tanto da Linha-7 quanto da Linha-8), o Mercado da Lapa é, ao mesmo tempo, grande entreposto comercial de alimentos e artigos finos e local de compras e passeios para até 5 mil paulistanos ao dia.

As 96 lojas-boxes ativas estão distribuídas no prédio, cuja planta tem formato triangular, solução arquitetônica encontrada pelo italiano José Vicente Vicari para aproveitar o terreno entre as ruas Herbart, Conrado Moreschi e John Harrison. O moderno projeto de Vicari foi muito elogiado à época de sua inauguração, na década de 1950. E entre os comércios em funcionamento a diversidade é grande. Há açougues de cortes nobres, peixaria, loja de produtos para pesca, pet shop, bombonieres, tabacarias, lotérica e caixa eletrônico 24 horas.

As estrelas da companhia, contudo, são três. Os empórios, que vendem desde produtos para feijoada até artigos importados – a lista tem vinhos, bebidas, queijos, ervas medicinais, temperos e especiarias. As barracas de frutas, repletas de opções, desde as mais comuns até espécies exóticas. E as lanchonetes: assim como o famoso Mercadão Central, na Lapa também é possível encontrar pastel de bacalhau e sanduíche de mortadela. De acordo com a administração do Mercado, semanalmente circulam mais de 100 toneladas de alimento entre fornecedores, lojas e clientes. Movimento que emprega aproximadamente 420 funcionários, alguns deles, descendentes dos primeiros comerciantes a ocuparem o local.

Inauguração adiada e origem imigrante

A inauguração do Mercado Municipal foi marcada para uma data que entraria na história do País. No dia 24 de agosto de 1954, os portões do Mercadão ficaram abertos apenas até as 10h, quando chegou a notícia do suicídio do então presidente da República Getúlio Vargas, ocorrido duas horas antes, o que cancelou a festa – parte do ciclo de comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo. Passado o luto nacional, em 30 de agosto, o espaço foi aberto ao público. Então, somente 40 boxes estavam em operação. A maior parte deles, ocupada por comerciantes imigrantes do continente europeu que se estabeleceram na região e trabalhavam em um extinto mercadinho de estilo “feira livre” na rua Clélia. 

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Seu nome oficial, Mercado Municipal Rinaldo Rivetti, foi uma homenagem conferida em 1982 a um importante líder comunitário da Lapa. Em 2009, o prédio foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp). No último ano, o mês de agosto registrou uma série de eventos para comemorar o 65º aniversário do Mercado.

Serviço

Rua Herbart, 47
Tel: (11) 3641-3946
Seg. a sex.: 8h às 19h.
Sáb.: 8h às 18h.

Entre 24 de março e 6 de abril/2020
Seg. a sáb.: 9h às 16h.

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  • Em tempo: Meu pai, o engenheiro e arquitetoJosé Vicente Vicari era paulistano! Com tenra idade foi para a Italia para retornar apenas após o fim da Segunda Guerra. Muito grata pela inclusão do nome dele na reportagem.