Apesar dos juros altos e de uma inflação persistente, fatores como as baixas taxas de desemprego e a continuidade de programas habitacionais subsidiados pelo governo federal criam um cenário favorável para o mercado de empreendimentos populares.
Enquanto a baixa taxa de desemprego se reflete no aumento do poder de compra das famílias, a inflação elevada e as altas taxas de juros continuam sendo barreiras significativas, especialmente para os financiamentos focados na classe média.
Para os produtos associados ao Minha Casa Minha Vida (MCMV), o impacto deve ser pequeno, pois os juros são subsidiados pelo governo federal, favorecendo a indústria da construção habitacional. Já os financiamentos voltados para a classe média deverão sentir os efeitos dos juros elevados em 2025, dificultando o poder de compra e a capacidade de financiamento.
As recentes alterações nas regras de financiamento da Caixa também influenciarão o mercado. A redução no percentual de financiamento para imóveis prontos e a limitação de recursos da poupança podem encarecer os financiamentos fora do MCMV. Contudo, o financiamento do primeiro imóvel, com recursos do FGTS, deve permanecer em ritmo aquecido, impulsionando o setor em 2025.
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Os brasileiros que buscam adquirir o primeiro imóvel têm expectativas claras: acesso a financiamentos viáveis, localizações estratégicas e empreendimentos que atendam às suas necessidades de mobilidade e infraestrutura.
A indústria da construção precisa se adaptar às demandas regionais, com construção de empreendimentos horizontais no interior e maior verticalização em áreas urbanas, como São Paulo, onde o alto custo de terrenos exige soluções mais compactas e eficientes.
Olhar também para o retrofit no segmento popular pode ser uma oportunidade interessante, como sinônimo de inovação para viabilizar a construção de habitações acessíveis.
Essa tendência deve ter papel fundamental para a reurbanização de áreas centrais, aproveitando prédios comerciais e hotéis antigos que estão em desuso e podem ser o início da solução sustentável e acessível para o problema do déficit habitacional.
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As crises climáticas são outro desafio crescente. É preciso refletir e analisar soluções tecnológicas e materiais que gerem o menor impacto ambiental possível. As construtoras precisam estar comprometidas com a proposta de integrar a sustentabilidade em toda a sua cadeia produtiva, com empreendimentos mais resilientes e alinhados às exigências de sustentabilidade ambiental.
Com um cenário que combina desafios e oportunidades, precisamos liderar com inovação e adaptação às novas demandas do mercado. Em 2025, o foco será atender às expectativas dos brasileiros que sonham com a casa própria, sempre com atenção à sustentabilidade e à inovação tecnológica.