Crédito: Dorde/AdobeStock
Segundo a Brain Inteligência Estratégica, a geração Z (indivíduos nascidos entre 1995 e 2010) representa 46% das pessoas que buscam imóveis no país. Ou seja, estamos falando de um grupo fundamental para o mercado imobiliário. Por isso, nos últimos anos, o setor começou a olhar para o comportamento desse público com mais atenção e aos poucos está se transformando para atender as suas necessidades.
Nascida em meio à revolução digital e à globalização, essa geração carrega uma visão pragmática e funcional sobre o tema. A ideia não é mais ter apenas um teto para dormir, mas um lugar que valoriza experiências, flexibilidade, colaboração e conectividade.
Nenhum detalhe da moradia ideal dos jovens é desprovido de sentido. Isso fez com que o mercado passasse por um processo de transição de um modelo tradicional, baseado na posse, para um modelo mais funcional e compartilhado, alinhado às demandas desse público.
É aqui que as propostas de soluções como colivings e moradias por assinatura passaram a se destacar, a ponto de dialogarem em vários aspectos com as tendências mais fortes do mercado.
Publicidade
Mais do que dinheiro, um dos maiores investimentos para a geração Z é o bom uso do tempo. Em um mundo em que as mudanças acontecem a todo instante e as rotinas estão mais corridas, os jovens consideram cada minuto valioso. Por isso, buscam moradias que ajudem a se adaptar ao novo cotidiano, sem aquela ideia antiquada de “casa, trabalho, casa”.
Não à toa, a ideia da casa própria perdeu força. Uma pesquisa da Agência Today aponta que 80% das pessoas entre 25 e 39 anos preferem alugar do que comprar um imóvel. Para completar, o formato de locação também está se transformando para se adequar ao estilo de vida flexível e prático desse público, com contratos mais acessíveis e menos burocráticos.
Quanto aos empreendimentos em si, tudo o que cerca as estruturas é voltado para otimizar o dia a dia, começando pela localização próxima de serviços essenciais e transporte público. Já internamente, vemos ambientes cada vez mais mobiliados e com serviços inclusos, como limpeza e internet.
As áreas comuns, como salas de jogos, academias e coworkings, também estão ganhando força. Porém, aqui vale destacar que a questão do tempo não está relacionada só com a produtividade diária, mas também com a integração. Tanto no sentido do networking quanto da formação de relações interpessoais, a geração Z preza muito pelo senso de pertencimento, o que dá espaço para moradias que formam comunidades.
Publicidade
Um estudo da Deloitte também traz um dado que ajuda a esclarecer as escolhas da geração Z sobre onde morar: 64% dos seus integrantes estão dispostos a fazer investimentos maiores em produtos e serviços sustentáveis.
Esse número mostra que as suas escolhas não são automáticas, mecânicas e impensadas, mas movimentos repletos de significado. Para eles, é fundamental fazer a diferença no mundo e encontrar um sentido genuíno em todas as suas relações, de forma que deem lugar a um planeta mais conectado e colaborativo.
Por isso, essa geração carrega uma forte preocupação com pautas ligadas à sustentabilidade e responsabilidade social, o que impulsiona a valorização de imóveis alinhados aos princípios ESG (sigla em inglês para “Ambiental, Social e Governança”).
Edificações certificadas, uso de energia renovável e espaços com áreas verdes, iluminação natural e integração com o entorno urbano vêm se tornando cada vez mais populares entre esse público.
Publicidade
Todas as mudanças no mercado imobiliário que condizem com os novos interesses da geração Z demonstram uma evolução significativa. É uma transformação real e que não tem data de validade.
Mobilidade, agilidade e qualidade de vida são as prioridades máximas dos jovens, então as empresas do setor que quiserem se destacar não podem deixá-las em segundo plano. As novas formas de morar definitivamente não são modas passageiras.
O lar se tornou uma extensão do estilo de vida dessa geração e do que ela almeja. A força dessa mentalidade está no fato de que é uma ideia capaz de transformar não só negócios, mas o mundo inteiro.