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OPINIÃO: Arte é ativo estratégico para empreendimentos imobiliários

Inserção de arte em empreendimentos imobiliários de alto padrão está se consolidando como uma estratégia poderosa de valorização do imóvel/ Crédito: kasto/AdobeStock
Luciano Amaral
11-05-2025 - Tempo de leitura: 2 minutos

Nos últimos anos, tenho observado uma transformação silenciosa, mas poderosa, no mercado imobiliário. A presença de arte em espaços construídos amplifica a identidade do projeto, cria um senso de exclusividade e transforma edifícios em experiências completamente imersivas. 

Os dados refletem claramente essa mudança de mentalidade. Entre 2020 e 2022, o mercado global de bem-estar movimentou mais de 5 trilhões de dólares, segundo o Global Wellness Institute — e cerca de 400 bilhões desse montante vieram diretamente do setor imobiliário. Isso mostra que o morar vai além da função: ele abraça o bem-estar, a experiência e a conexão

A inserção de arte em empreendimentos imobiliários de alto padrão está se consolidando como uma estratégia poderosa de valorização do imóvel e da marca por trás dele. Mais do que um elemento decorativo, a arte cria uma atmosfera única, despertando emoções e reforçando a sensação de exclusividade. 

Estudos indicam que obras como esculturas, instalações e murais podem elevar em até 20% o valor de um imóvel, quando comparado a projetos semelhantes. Além disso, é inegável que a presença artística transforma os espaços em experiências memoráveis, promovendo conexões emocionais, estimulando a convivência entre moradores e resgatando a identidade cultural de um bairro. Em um mercado no qual a diferenciação é fundamental, a arte surge como um ativo estratégico — e um convite à personalização, ao pertencimento e à construção de comunidade.

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Ou seja, incorporar arte nos projetos vai muito além da estética. Estamos falando da possibilidade de criar lugares que emocionam, que conectam e surpreendem. Já vimos isso acontecer em cidades como Nova York e Hong Kong, onde edifícios se tornam verdadeiras galerias, e os moradores, passam a ser parte ativa desse universo cultural.

No Brasil, a arte segue o mesmo caminho de valorização. Segundo a Pesquisa Setorial do Mercado de Arte, da ABACT, existe um crescimento consistente no segmento e destaca como as vendas, tanto presenciais quanto online, vêm ampliando o alcance da arte e aproximando-a do cotidiano das pessoas. 

É essa visão que tem guiado decisões de grandes players do mercado. E posso dizer, por experiência própria, que quando um projeto nasce com propósito — e com curadoria artística desde o início — ele ganha alma. Ele passa a inspirar e modificar o cenário urbanístico.