“Às vezes, a gente não sabe se tem clientes ou uma base de fãs”, brinca Mariana Valente, sócia-proprietária da Refúgios Urbanos, durante a inauguração do escritório da imobiliária na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. De fato, os dois públicos se confundem desde que a companhia incorporou a comunicação amigável das redes sociais a um mercado imobiliário carregado de tradicionalismo.
Fundada em 2011 pelo ítalo-brasileiro Matteo Gavazzi, a Refúgios Urbanos tenta realizar aquilo que o nome indica: uma curadoria de imóveis que não seguem a padronização industrial das grandes incorporadoras. Com foco nos bairros nobres e no centro expandido da capital paulista, os corretores vinculados à companhia apresenta moradias que encantam os fãs de arquitetura.
As redes sociais funcionam como um funil que atrai centenas de milhares de pessoas. Alguns deles se tornam compradores. Em troca de apartamentos com plantas amplas e arquitetura assinada ou casas fotogênicas em vilas bem localizadas, eles chegam a pagar milhões de reais.
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A ideia é que cada propriedade seja única. “Ser instagramável” é uma das poucas características que todos os imóveis precisam ter em comum.
Na geração do Instagram e TikTok, as fotos rebuscadas, os vídeos bem produzidos e os corretores carismáticos são as armas da Refúgios Urbanos para atrair este público endinheirado em um segmento que movimenta cifras milionárias e atualmente é liderado por grandes imobiliárias.
“Nossa proposta é não ser uma empresa fria. Sabemos que a compra do imóvel é um momento muito importante, por isso queremos gerar identificação nas pessoas”, afirma Ana Karina Barbosa, sócia-proprietária da companhia. “Estar nas redes sociais, com uma comunicação mais jovem e descontraída é uma ótima forma de falar com um público maior”, acrescenta.
E o resultado desta empreitada tem rendido uma legião de admiradores. São mais de 250 mil seguidores no Instagram e 100 mil no Tiktok. “Qual imobiliária você conhece que ganhou uma placa do Youtube”, questiona Valente, ao citar a plataforma onde a empresa desenvolve vídeos longos contando histórias de prédios icônicos da capital e tem mais de 112 mil seguidores.
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A maior parte dos potenciais clientes chega pelos canais digitais e são distribuídos para a equipe de corretores, de acordo com o bairro em que atuam – geralmente nas zonas nobres de São Paulo. Focada no mercado de alto padrão, a imobiliária atua com imóveis que custam, em média, R$ 1,5 milhão. Porém, é comum encontrar anúncios de apartamentos que ultrapassam os R$ 3 milhões.
Além de ajudar na divulgação de imóveis à venda, a presença digital da Refúgios Urbanos vem se materializando no mundo físico. Para atender a devoção dos seguidores pela empresa, a companhia desenvolveu uma série de livros sobre a arquitetura de São Paulo, pins de metal, imãs de geladeira e outros produtos que carregam a marca da empresa.
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Os sócios sabem que seguidores e brindes não representam o ganho financeiro da venda de um imóvel, mas entendem que esta é a melhor estratégia para se destacar em um terreno hoje habitado por gigantes. Da curadoria de “imóveis especiais” às publicações em redes sociais, a Refúgios Urbanos aposta suas fichas que o primeiro passo para vender imóveis é conquistar a admiração dos seguidores.
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