Aluguel

Startups apostam em sublocação para se destacar no mercado imobiliário

Depois de realizar reformas no imóvel, companhias priorizam aluguéis de curta e média temporada/ Crédito: Gihad Arabi/ Divulgação Brazilian Corner
Breno Damascena
28-01-2023 - Tempo de leitura: 3 minutos

Comprar imóveis para locação é um dos investimentos mais tradicionais do mercado imobiliário. Quem faz esse movimento, porém, precisa tratar com o inquilino no dia a dia e lidar com questões contratuais, entre outras burocracias que envolvem o imóvel. Para descomplicar esse processo, startups estão apostando no modelo de sublocação e se propondo a tornar a vida do proprietário mais fácil.

Foi de olho nessa fatia do mercado que o empresário Felipe Banlaky criou a Brazilian Corner. Ele conta que a ideia surgiu quando ele precisou se mudar da França para a Austrália depois de terminar o mestrado. Ao invés de devolver o apartamento alugado, resolveu sublocar para turistas. “Três anos depois voltei ao Brasil e resolvi transformar isso em um negócio”, resume. 

Modelo de negócio

Especializada em imóveis residenciais, a companhia aluga apartamentos e realiza uma série de mudanças estruturais para, então, disponibilizá-los em sites e aplicativos focados em aluguel de curta temporada. “O proprietário pode esquecer o imóvel dele e parar de se preocupar com a mudança de inquilino e com o período de vacância, que é comum quando esse processo é viabilizado de outra forma”, argumenta Banlaky.

Felipe Banlaky conta que a Brazilian Corner já realizou mais de 8.500 locações desde sua criação, há cinco anos/ Crédito: Gihad Arabi/ Divulgação Brazilian Corner

Na prática, a média de tempo por locação desses imóveis é de três a quatro dias. Depois, uma equipe de limpeza e produção da própria Brazilian Corner prepara o apartamento para o próximo inquilino. Para o negócio ser rentável, as startups de sublocação fecham contratos longos com os proprietários. “Normalmente são acordos de 40 meses, mas podem chegar a até 10 anos”.

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Facilidades para proprietários

O capoeirista Bruno Borsari conheceu a Brazilian Corner por intermédio de um ex-inquilino e se entusiasmou pelo modelo de negócio. Proprietário de três imóveis na cidade de São Paulo, o homem de 41 anos logo aderiu. “Já aluguei imóveis direto com os inquilinos e já fiz isso com a ajuda de imobiliárias e corretoras. Porém, sempre precisei fazer a gestão. E isso torna tudo mais cansativo”, lembra.

“Agora não preciso mais ter dor de cabeça com manutenção, pagamento de IPTU e outras questões. Até em assembleia de condomínio eles vão”, brinca. Ele advoga pela segurança do processo e reforça a importância dos cuidados que a empresa tem para manter os apartamentos sempre em bom estado para as estadias curtas. “Firmei contrato de 40 meses.”

Parceria com incorporadoras

Também mirando a sublocação como uma oportunidade para se destacar no mercado imobiliário, a Tabas tem se juntado a incorporadoras para expandir a proposta da sublocação. Especializada no aluguel de média duração, a proptech agora vai ser responsável pela administração de 14 prédios com mais de 500 apartamentos na cidade de São Paulo.

Leonardo Morgatto, CEO da Tabas, lembra que a ideia surgiu quando ele foi morar em Londres e precisava alugar um apartamento por dois meses, mas não encontrou nenhum que o agradasse/ Crédito: Divulgação Tabas

A empresa estabelece uma série de requisitos para o incorporador no momento de estabelecer essa parceria, que incluem elementos de mobília e itens de segurança. A gestão, então, fica por conta da startups de sublocação. “Alugamos o prédio inteiro e nos responsabilizamos por todo o processo”, sintetiza Leonardo Morgatto, Co-fundador e CEO da Tabas. “Aprimoramos os apartamentos para alugar de maneira flexível, rápida e online.” 

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Essa experiência surgiu em um outro momento, quando o processo envolvia tratar com os proprietários dos imóveis, modernizá-lo e alugar para outros inquilinos. “Sentimos que faltavam apartamentos bons, mobiliados, bem localizados e flexíveis na cidade”, pontua. “Atualmente temos 800 imóveis espalhados por São Paulo, com uma taxa de ocupação de 93%.”

O tempo mínimo de estadia nos empreendimentos da Tabas é de 30 dias. A ideia da companhia é diminuir a fragmentação que existe no mercado imobiliário tornando o investimento em imóveis mais rentável. “Queremos ajudar os proprietários a operarem bem nesse setor. Com o mercado de ações bastante volátil, o aluguel residencial se tornou a fonte de renda mais segura do mundo”, acredita.