Com lançamento de 4.760 apartamentos em abril, o acumulado em 12 meses (de maio de 2020 a abril de 2021) colocou mais 65,7 mil unidades na cidade de São Paulo. O presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Basilio Jafet, confirma o novo recorde. A maior marca anterior, em 2019, era de 65,3 mil imóveis novos.
Os lançamentos ganharam velocidade neste segundo trimestre. “As estatísticas comprovam o crescimento”, afirma Jafet, com base na pesquisa mensal do Secovi. “Em abril, já houve recuperação. Ainda não fechamos maio, mas vai haver um grande aumento”, acrescenta.
Construtoras e incorporadoras, como, por exemplo, Cyrela e Plano & Plano, haviam adiado lançamentos em março, quando os estandes de venda foram obrigados a fechar por causa do recrudescimento da pandemia.
“Os lançamentos postergados já estão acontecendo”, afirma Jafet, que vê o “mercado num ritmo melhor” e prepara revisão dos números para um patamar mais alto. “A previsão era 10% acima de 2020, mas começamos a repensar, porque este índice pode ser ultrapassado.”
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No ano passado, foram lançadas 60 mil unidades em São Paulo e vendidas 51,4 mil. Na capital paulista, os lançamentos superaram as vendas. O inverso ocorreu no Brasil, com a chegada de 152 mil novas habitações e a comercialização de 190 mil.
“Inusitado” e “imprevisível” são as definições para 2020 que constam no Anuário do Secovi. Após a crise econômica, o processo de recuperação foi “favorecido pela queda dos juros e ampla oferta de crédito”, lembrou Jafet. “Financiamentos e taxas no menor patamar histórico”, acrescenta o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci.
De acordo com ele, todos ficaram perdidos quando “os plantões de venda foram fechados e as empresas tiveram de se adaptar à nova realidade de um mundo nocauteado por uma pandemia desconhecida”.
Com estandes desativados de março a junho de 2020, o setor investiu em tecnologia e ferramentas digitais para fechar negócios online. A medida surtiu efeito: as vendas na cidade de São Paulo subiram 4% em relação a 2019.
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Mas caiu o valor global de vendas, que traz a soma de todas as unidades efetivamente comercializadas, segundo o Secovi. Em 2020, o VGV de R$ 25 bilhões representou queda de 5% comparado ao resultado do ano anterior (R$ 26,3 bilhões). “Caiu por conta do maior número de habitações de menor valor”, explica Jafet.
Do total de 51,4 mil unidades vendidas no ano passado, 49% eram os chamados imóveis econômicos, segundo o Secovi, com preço de até R$ 7 mil por metro quadrado.
Em 2021, medidas restritivas da pandemia tiveram menos impacto. “Os estandes fecharam, mas por pouco tempo”, diz Jafet, salientando que, em termos econômicos, as providências pouco afetaram o mercado. “Com pequena diminuição de lançamentos em março.”
Jafet se preocupa com a alta dos insumos e materiais, medida pelo Índice Nacional dos Custos de Construção (INCC). “Já atingiu 15% nos últimos 12 meses, praticamente o dobro da inflação oficial de 8%”, diz, ao comentar que os principais itens, “notadamente cimento e aço, estão aumentando muito e vão se refletir nos preços dos imóveis”.
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A pressão dos custos pode afetar o programa Casa Verde Amarela, nova versão do governo federal para o Minha Casa, Minha Vida, que conta com subsídios e tem um teto de preço de até R$ 240 mil em São Paulo. “Se fugir desse limite, não tem como realizar o empreendimento”, afirma Jafet.
Destinada a famílias de baixa renda, a produção de moradia popular é o segmento mais aquecido do mercado imobiliário e não para de crescer. “A demanda é muito grande por causa do déficit habitacional”, declara o presidente do Secovi.
No caso da Região Metropolitana de São Paulo, com mais de 21 milhões de habitantes, o déficit é de 560 mil habitações, de acordo com a Fundação João Pinheiro. As pesquisas mensais do Secovi, segundo Jafet, mostram que “os imóveis econômicos já atingem atualmente mais de 60% do total de lançamentos”.
Conteúdo originalmente publicado em https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,top-imobiliario-2021-secovi-aponta-ritmo-melhor-no-mercado-e-reve-previsao,70003756747
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