Quando a incorporadora Lendlease inaugurar seu complexo residencial e de escritórios de US$ 600 milhões em Los Angeles, previsto para 2025, o local terá as características típicas do desenvolvimento sustentável: proximidade a uma parada de metrô, uma torre residencial totalmente elétrica, painéis solares e uma praça para pedestres.
Mas esses recursos são considerados comuns hoje em dia. O que torna este projeto mais impressionante é como a sustentabilidade não é simplesmente um item de bem-estar ou uma lembrança da responsabilidade corporativa, mas uma característica fundamental de seu plano de financiamento.
“Já estávamos fazendo desenvolvimento sustentável antes que houvesse pressão dos investidores, mas agora essa pressão é real”, disse Sara Neff, chefe de sustentabilidade para a região das Américas na Lendlease.
O parceiro investidor da empresa para este projeto, a Aware Super, acompanhará o desempenho ambiental e as métricas, incluindo eliminação das emissões dos moradores através da aquisição de energia 100% renovável.
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O projeto faz parte de um maior movimento de investidores direcionando dinheiro para imóveis sustentáveis, graças a novas tecnologias e padrões mais rígidos que permitem um melhor rastreamento da capacidade de um empreendimento de reduzir sua pegada de carbono.
Outros participantes do setor incluem Hudson Pacific Properties, dona da Epic, uma torre de escritórios com painéis solares em Hollywood, ocupada pela Netflix. E a Prologis, gigante industrial internacional, vende títulos verdes que financiam a construção de armazéns mais sustentáveis.
Mudanças climáticas
Imóveis sustentáveis não são uma ideia nova. O Green Building Council tem promovido um desenvolvimento mais eficiente por quase três décadas através da certificação LEED, seu padrão para a sustentabilidade da construção.
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O que mudou nos últimos anos é a percepção do risco associado às mudanças climáticas, levando investidores a direcionar o dinheiro para ativos verdes mais seguros e de alto desempenho. Novas ferramentas e padrões de medição os capacitam a elevar o padrão de desempenho ambiental e econômico.
“A contagem de carbono e o foco no carbono definirão a próxima década, sem dúvida”, disse Dan Winters, chefe para a região das Américas da GRESB, uma referência de sustentabilidade imobiliária usada para analisar US$ 5.3 trilhões em ativos em nível global.
Relatórios cada vez mais terríveis sobre desastres naturais mais frequentes – como enchentes e ventos fortes do furacão Ida, que causou cerca de US$ 27 bilhões a US$ 40 bilhões em prejuízos materiais no final de agosto e início de setembro, de acordo com a empresa de dados CoreLogic – vem insistindo para o entendimento de que a mudança climática está afetando o setor imobiliário muito mais cedo do que o esperado. Oitenta e oito por cento das grandes empresas já tiveram um ativo material, como um escritório ou depósito, afetado por condições meteorológicas extremas, de acordo com a Cervest, uma plataforma de IA que monitora o risco climático corporativo.
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