Na última quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou que a taxa básica de juros (Selic) caiu de 13,75% ao ano para 13,25%. A queda de 0,5 ponto percentual é a primeira em quase três anos. O movimento traz expectativa para o mercado financeiro e empolga os agentes do mercado imobiliário.
“Mais do que essa primeira queda, é a sinalização de novas reduções pelo próprio Copom que tem potencial de trazer impactos positivos para o setor, permitindo que mais famílias brasileiras tenham condições financeiras de adquirir um imóvel”, afirma Larissa Gonçalves, economista do DataZAP+, braço de inteligência do grupo Zap.
A Selic é usada como referência para os bancos definirem as taxas de juros das parcelas do crédito imobiliário. A perspectiva, portanto, é que as linhas de crédito fiquem mais acessíveis e, por consequência, as prestações do imóvel comecem a ficar mais baratas.
“As taxas não vão cair de uma hora para outra, mas é um sinal positivo para as instituições financeiras”, afirma Armando Botelho, diretor comercial da Creditú, fintech de empréstimos imobiliários. Para ele, o cenário é otimista com base na projeção do Boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira (31), de que a Selic chegue a 12% até o final do ano.
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De acordo com Botelho, o movimento deve influenciar incorporadoras que estavam postergando projetos a realizarem novos lançamentos e o mercado deve vivenciar um ciclo positivo em breve. “As incorporadoras dependem da taxa de juros para atender os clientes e a demanda de crédito deles. Produtos de baixa, média e alta renda dependem de financiamento para serem comprados.”
A queda da Selic também deve afetar investidores que aportam em fundos imobiliários, mas este processo já estava em andamento antes mesmo do anúncio do Copom. “É a expectativa que faz a curva de juros oscilar e isso impacta os preços. É por isso que a queda da Selic já vem influenciando o preço dos FIIs antes mesmo dela ser, de fato, efetuada”, afirma Caio Braz, sócio da Urca Capital Partners.
Segundo Braz, a curto prazo, os fundos imobiliários vão ficar mais atrativos em relação à renda fixa e ao tesouro direto. Além disso, ele afirma que a qualidade dos fundos também deve melhorar por causa da diminuição do custo do crédito. “Fundos que trabalham com endividamento, recebíveis e locação para empresas, por exemplo, devem se beneficiar.”